Democracia Socialista

Saída de Fidel é derrota para os EUA, diz vice-presidente do Parlamento do Mercosul

O deputado federal brasileiro Dr. Rosinha (PT), vice-presidente do Parlamento do Mercosul, afirmou nesta quarta-feira (20/2) que a renúncia de Fidel Castro à presidência de Cuba significa uma derrota política para o governo dos Estados Unidos.

 

“Os únicos derrotados [com a saída voluntária de Fidel] são os Estados Unidos, que pretendiam tirá-lo do governo através de golpes ou da sua própria morte”, afirmou Dr. Rosinha. “No seu tempo, Fidel sai do governo e continua influenciando a história.”

Num texto escrito ontem (19/2), o vice-presidente do Parlamento do Mercosul relata um rápido encontro que teve com Fidel Castro em janeiro de 2003, durante a posse do presidente Lula, em Brasília.

“Para mim, ficou a imagem de um homem simpático e atencioso. Mas Fidel vai além da simpatia pessoal. É um homem carismático, com grande liderança, e que contribuiu para a alteração do curso da história, não só cubana, mas do mundo.”

Fidel foi alvo de uma série de atentados nas últimas cinco décadas, alguns deles comprovadamente preparados por agentes da CIA (Agência Central de Inteligência norte-americana).

O governo dos Estados Unidos mantém livre em seu território, por exemplo, o terrorista Luis Posada Carriles, apontado como um dos responsáveis, entre outros atentados, pela explosão de um avião comercial cubano, em 1976, que causou a morte de 73 pessoas. Carriles vive em liberdade nos EUA apesar de haver um pedido de extradição formulado pela Justiça venezuelana.

Para o deputado Dr. Rosinha, Fidel deixa o governo cubano num momento em que o neoliberalismo é questionado, com a eleição de presidentes comprometidos com mudanças.

“As mudanças implementadas nos últimos anos por tais governos vêm gerando maior capacidade de integração da América Latina”, observa o parlamentar. “Esse avanço integracionista, tarefa também de Fidel, dá a Cuba melhores condições de inserção no continente.”

Avanços sociais – Desde janeiro de 1959, quando a Revolução Cubana interrompeu os quase sete anos de uma ditadura corrupta e repressiva do então presidente Fulgencio Batista, aliado dos EUA, os indicadores sociais do país deram um salto.

De acordo com a ONU, o índice de pobreza de Cuba era, em 2004, o sexto menor entre os nada menos que 102 países em desenvolvimento pesquisados pela entidade. Também conforme a ONU, a mortalidade infantil de Cuba, em 2003, era de 6,2 habitantes a cada 1000 nascimentos. No Brasil, o índice era de 28,6.

Cerca de 98% das residências cubanas têm instalações sanitárias adequadas. Apenas 0,02% da população é analfabeta. A expectativa de vida ao nascer na ilha é de 77,41 anos. No Brasil, a média é de 71,9 anos.