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Tribunal Eleitoral de Honduras declara “irreversível” vitória de Hernández

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Xiomara Castro (à esquerda), do partido Libre, e Juan Orlando Hernández, do partido do governo (Partido Nacional)

o Opera Mundi

O TSE (Tribunal Supremo Eleitoral) de Honduras informou na madrugada desta terça-feira (26/11) que o candidato governista à Presidência, Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional, lidera a votação presidencial e que sua vitória é “irreversível”, com 67% dos votos já apurados.

Segundo informações oficiais, Hernández tem 34,08% dos votos, cerca de 5 pontos percentuais acima dos 28,92% de Xiomara Castro, do Libre (Liberdade e Refundação). Apesar das contestações populares e de partidos políticos em relação à contagem de votos, “os resultados não vão sofrer alterações”, disse o presidente do TSE, David Matamoros.

Em meio a fortes sinalizações de irregularidades e até de fraude, denunciadas pelo partido Libre e pelo PAC (Partido Anticorrupção), a apuração dos votos chegou a ser paralisada ontem (25). Antes mesmo do TSE declarar o resultado irreversível, os dois partidos anunciaram que não vão reconhecer os resultados apresentados pelas autoridades eleitorais.

Enrique Reyna, candidato a vice-presidente, disse a Opera Mundi que, a medida em que passam as horas, se torna pública a enorme quantidade de irregularidades que seriam parte de um plano bem estruturado para forjar a fraude eleitoral.

“Não estão contabilizando umas 1.900 atas. Quer dizer, quase 400 mil votos que, em sua maioria, são de zonas onde o Libre ganhou amplamente. Além disso, muitas atas foram retidas por membros do Partido Nacional [de Hernández] e nunca foram contabilizadas”, denunciou Reyna.

Durante entrevista coletiva à imprensa, o ex-presidente Manuel Zelaya e toda a direção do partido Libre não aceitaram o resultado, exigiram respeito à vontade popular e asseguraram que, se for necessário, defenderão esse direito nas ruas.

Repercussão

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou na noite desta segunda-feira (25/11) os EUA de intervir no processo eleitoral de Honduras. O dirigente criticou a declaração de apoio da embaixadora norte-americana ao TSE do país centro-americano.

“Ferve o sangue quando se vê uma embaixadora dos EUA se metendo nos assuntos internos dos hondurenhos”, expressou o chefe de Estado, durante um ato na região de Cátia, em Caracas. Segundo Maduro, o povo de Honduras “tem suficiente maturidade para resolver seus assuntos internos sem que ninguém se intrometa neles”.

O PT e o Foro de São Paulo divulgaram notas ontem (25) em que se dizem preocupados com as decisões do TSE hondurenho em relação à apuração de votos.  Além disso, expressam preocupação com o fato de Juan Orlando Hernández ter se autodeclarado eleito, apesar de a apuração ainda não ter sido concluída. Os petistas se dizem preocupados, ainda, com o reconhecimento de países do continente – como Colômbia e Panamá – à vitória do candidato do Partido Nacional.

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