Do site RFI
Todos os voos com destino a Tunísia ou saindo do país foram suspensos na última sexta-feira (26), devido a greve geral convocada no país, após o assassinato da principal voz da oposição, o deputado Mohamed Brahmi. O anúncio foi feito pelo órgão responsável pela aviação civil, em plena alta temporada de férias. As companhias aéreas vão remarcar os voos sem taxa suplementar.
O principal sindicato de trabalhadores da Tunísia, UGTT, anunciou um dia de paralisações contra o “terrorismo e a violência”, além da organização de um funeral nacional para Brahmi.
A notícia da morte do deputado no dia em que o país celebrava a festa nacional do 56ª aniversário da República levou os manifestantes às ruas do país, acusando o partido Ennahda. Na noite de quinta-feira, dezenas de pessoas foram dispersadas pela polícia com gás lacrimogêneo, em frente ao Ministério do Interior, na capital Tunis. Eles acusam o governo islamita de estar por trás da execução.
Esse é o segundo assassinato de um líder da oposição em menos de seis meses. Chokri Belaïd, figura importante da esquerda tunisiana, foi morto em fevereiro. França, Estados Unidos, Suiça, Argélia e o Parlamento Europeu denunciaram o assassinato, enquanto a ONU pediu um “investigação rápida e transparente” sobre o caso.
Eleito para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Brahmi, de 58 anos, foi fundador e ex-secretário Movimento Popular Geral (Echaâb). Testemunhas disseram que ele foi baleado por dois homens em uma motocicleta enquanto descia do carro, na frente de sua casa.