Grupo de Trabalho Nacional da Democracia Socialista
- A mobilização da militância petista nesse início de ano demonstrou forte capacidade de alterar os rumos do PT. A pressão militante sobre a direção nacional do partido e sobre as bancadas na Câmara e no Senado influenciou o resultado final, com posicionamento majoritariamente contrário à aliança com golpistas.
- As forças golpistas tentam impor, nesta conjuntura de exceção, a “normalidade” institucional e política. Para elas, trata-se de continuar os debates parlamentares nos marcos definidos pelo golpe: romper os direitos sociais conquistados na Constituição de 1988 e até mesmo antes na CLT, fazer retroceder as conquistas ocorridas nos anos de governos do PT, criminalizar as organizações da esquerda e nossa principal liderança, Lula.
- Essa suposta “normalidade” tenta atrairadeptos inclusive do PT, quandoa negociação com golpistas é uma hipótese válida para setores do partido na eleição das mesas do Senado e da Câmara dos Deputados. Felizmente, essa postura complacente foi derrotada pela militância petista. Com os meios que dispunha: reuniões, plenárias e um gigantesco combate pelas redes sociais impediu a capitulação e forjou uma atitude digna de oposição.
- Nesse episódio, o “Muda PT” é um dos amplificadores da combatividade militante e consolida-se como um verdadeiro movimento em defesa das mudanças necessárias para o partido, sendo capaz de envolver até setores importantes da própria força hoje majoritária.
- Impõe-se, agora, a responsabilidade de apresentarmos uma plataforma de mudança radical nos rumos do Partido dos Trabalhadores. Um novo PT, que tenha na sua militância o ponto de partida para derrotar os golpistas e sua agenda de retirada de direitos. Um novo PT, ciente de seus erros e acertos e integrado à resistência de esquerda aos retrocessos, capaz de organizar uma plataforma de mudanças políticas e sociais. É fundamental que no processo do VI Congresso do PT, sejam eleitos/as dirigentes e delegados/as comprometidos/as com essas mudanças.
- Enquanto o governo golpista leva adiante sua agenda antipopular, as frentes unitárias, Brasil Popular e Povo Sem Medo, se organizam para o enfrentamento. O combate à reforma da previdência está no centro da luta, pela sua iminência e crueldade e pela possibilidade de ganhar capilaridade por todo o Brasil, dada sua explícita natureza anti-povo.
- Nesse sentido, na mobilização das mulheres no 8 de março por todo o Brasil, será central a negativa a qualquer reforma que reduza direitos e amplie ainda mais a desigualdade entre homens e mulheres. No dia 15 de março, é a vez do conjunto de lutadores e lutadoras sociais brasileiros somarem-se aos trabalhadores/as da educação numa greve nacional do ramo por tempo indeterminado. E, no dia 31 de março, os movimentos vão às ruas para dizer Fora Temer eDiretas Já, contra o golpe e a Reforma da Previdência.É com essa agenda que o PT deve estar comprometido.