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Zelaya voltará sábado a Honduras

Os meios de comunicação de massa hondurenhos, em sua maioria, seguem desinformando a população, defendendo os golpistas e não permitindo que se fale sobre as ações do Movimento de Resistência contra o Golpe de Estado. Vive-se um ambiente de terror também pela militarização do governo e pela imposição do toque de recolher. Ontem, a OEA condenou o golpe e estipulou prazo de 72 horas para que a ordem constitucional seja restabelecida no país. O presidente Zelaya deve retornar a Honduras no sábado, quando esse prazo se esgota.

Da Agência Bolivariana de Notícias

O presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, anunciou, na madrugada desta quarta-feira, que esperará as 72 horas que a OEA (Organização dos Estados Americanos) estabeleceu para a saída do governo militar do país, para poder concretizar sua volta, anteriormente prevista para esta quinta-feira. Em coletiva de imprensa na sede o organismo, o presidente disse que, em vista da sentença dada na Assembléia Geral da OEA, suspendeu seu retorno e o fará ao final do prazo estipulado, o que equivale ao dia de sábado.

A OEA condenou, nesta quarta-feira, o golpe de Estado contra Zelaya, e deu prazo de 72 horas para o governo instalado naquele país para que se restaure a ordem constitucional, ou, ao contrário, Honduras será suspensa do organismo. Em três longas horas de reunião de chanceleres e embaixadores na Assembléia Geral Extraordinária da OEA, elaborou-se a resolução de cinco pontos que entende que houve uma “alteração inconstitucional da ordem democrática”, após ação militar encaminhada contra o presidente legítimo.

A suspensão do Sistema Interamericano se baseia no artigo 21 da Carta Democrática, de acordo com documento lido pelo chanceler argentino, Jorge Taiana. Também se condenou energicamente a prisão arbitrária de Zelaya, e se reiterou a intenção de não aceitar nenhum outro governo que se queira constituir. Do mesmo modo, a organização decretou que reconhece os representantes diplomáticos perante o organismo que foram designados pelo presidente constitucional e informou que rechaçará qualquer emissário do governo instaurado pelo líder do Congresso, Roberto Micheletti.

A OEA exigiu o regresso de Zelaya ao poder, e para isso, anunciou que o secretário-geral, José Miguel Insulza, será incumbido de coordenar as ações que contribuam para a restauração da ordem constitucional e Honduras e na resolução da crise.

A reunião de terça-feira na OEA começou com grande atraso, devido à espera da chegada de Zelaya de Nova Iorque, de onde recebeu o apoio da ONU (Organização das Nações Unidas).

De sua parte, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, disse que o organismo colocará tudo o que tem ao seu alcance para pressionar o governo liderado por Micheletti a deixar o poder. “Não queremos suspender o querido povo de Honduras, e sim os usurpadores que envergonharam seu próprio país e que negaram ao povo o direito de viver em democracia”, declarou. Insulza se comprometeu, olhando para Zelaya, que essa será uma “batalha dura”, e assegurou que viajará a Honduras com o mandatário legítimo. “Há ações que devo realizar, e tenho 3 dias para fazê-lo… a decisão do presidente de viajar ou não é dele, e quando ele decidir, eu vou acompanhá-lo”, enfatizou Insulza.

Ele informou que esta quinta-feira se discutirão os próximos passos para o movimento de retorno da ordem constitucional e reiterou que a OEA descarta aceitar qualquer ação “que não surja do efeito que buscamos: o retorno de Manuel Zelaya”. O presidente de Honduras assinalou que viajará nesta quarta ao Panamá para a diplomação de seu colega eleito, Ricardo Martinelli, e posteriormente, aguardará as 72 horas realizando algumas ações, sem dizer ao certo que fará.

País tem comunicação de massa a serviço do golpe, militarização das Secretarias de Estado e ações repressivas brutais da polícia.

Com informações de movimentos sociais e militantes hondurenhos(as)

Os meios de comunicação de massa hondurenhos, em sua maioria, seguem desinformando a população, defendendo os golpistas e não permitindo que se fale sobre as ações do Movimento de Resistência contra o Golpe de Estado. Vive-se um ambiente de terror também pela militarização da maioria das Secretarias de Estado, o Ministério Público, a Corte Suprema de Justiça, a Empresa Nacional de Energia Elétrica, a Empresa Hondurenha de Comunicações; e pela imposição do toque de recolher.

Brutalidade policial e militar nas ruas de Honduras
Três feridos e sete detidos foi o saldo da repressão do governo golpista de Honduras contra os manifestantes que ontem protestavam nas ruas de El Progreso Yoro, a 140 km da capital, em continuidade às ações que visam a restabelecer o cargo de presidente para Manuel Zelaya Rosales.

Os manifestantes saíram do parque central, percorreram as ruas da cidade natal de Roberto Micheletti e, quando se preparavam para tomar a ponte A Democracia exigindo sua destituição, centenas de policiais e integrantes do exército, armados com escudos, gases e armas de guerra, iniciaram as ações de repressão.

Lançaram gás lacrimogênio e botaram os manifestantes para correr de um lado para outro. Os que foram alcançados foram vitimizados pela brutalidade e golpeados selvagemente. Enquanto isso, pelo menos sete pessoas, depois de capturadas, foram conduzidas às celas da polícia.

O gerente da Empresa Hondurenha de Telecomunicações naquela cidade, Roberto Kattan, permitiu que os manifestantes entrassem em seu escritório e logo os delatou para que fossem pegos pelas tropas – e foram.

Os manifestantes, porém, asseguram que não se intimidarão e as ações continuarão, até a presidência seja devolvida a Manuel Zelaya. Em 45 pontos de diferentes regiões do país se mantêm ações de protesto, em repúdio ao golpe de Estado e à nomeação de Micheletti.

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