Por Raul Pont, publicado originalmente no jornal Zero Hora.
O governo Tarso Genro, desde a eleição, rompeu paradigmas no Rio Grande. Iniciou com a vitória da Unidade Popular (PT, PSB, PC do B,PPL) no primeiro turno, fato inédito no sistema de dois turnos no Estado. Esse resultado expressa a legitimidade da conquista mas, também,a enorme expectativa em torno do mandato.
O grande desafio, portanto, era recuperar o papel indutor do Estado. Superar o modelo do déficit zero, da busca obsessiva do equilíbriofiscal num período em que os próprios centros mundiais do neoliberalismo reconheciam seus equívocos e buscavam novos caminhos.
O voto na Unidade Popular significou um novo rumo. A população sabia que o engodo do déficit zero tinha como resultado o déficittransferido para as áreas mais sentidas pela cidadania, como a educação e a saúde.
O novo governo preparou nova estratégia. Em primeiro lugar, alinhar o Rio Grande com o ciclo virtuoso vivido pelo país. Buscou, ao máximo,estabelecer convênios, apresentar projetos, reivindicar ações federais no Estado.
Em segundo lugar, iniciar as tratativas para financiamentos de longo prazo e juros baixos para que o Estado cumprisse seu papel emuladordo crescimento e sinalizasse para que o setor privado também assumisse sua parte, sem aumentos de impostos e com a sensível melhorados benefícios fiscais aos micro e pequenos empresários.
O piso salarial regional, voltou a ser um poderoso instrumento de elevação do consumo e do desenvolvimento do mercado interno. No setorpúblico, todas as categorias com menores salários foram reajustadas, com negociações que apontam para uma política salarial de longoprazo, sustentadas por planos de carreira e mesas de negociações permanentes.
A melhor síntese para essa nova política está materializada no orçamento de 2012. Simultaneamente, aposta-se em financiamentos paragarantir um ritmo de investimentos em obras e serviços novos e, com recursos próprios, recuperar os compromissos essenciais com apopulação.
A Educação recebe R$ 1,1 bilhão a mais do que o Orçamento de 2011 e a Saúde mais R$ 341 milhões. Com isso reiniciamos um novo ciclo nocompromisso de alcançar os mínimos constitucionais. No caso da Educação, R$ 500 milhões estão reservados para que o mais rápido possívelpossamos alcançar o piso nacional do magistério.
No plano administrativo, o governo teve a coragem de enfrentar o deficit previdenciário do regime próprio estadual. Da mesma forma, estáempenhado em negociar com o governo federal uma nova política para a dívida pública com a União e a nefasta política de guerra fiscal quese instalou no país.
Por tudo isso, podemos afirmar que 2012 avizinha-se como um ano melhor para a economia e o povo gaúcho. O crescimento de mais de 5%em 2011 e esse conjunto de medidas nos autoriza a apostar que estamos no rumo certo e colheremos frutos no final do ano que começa.
* Raul Pont é deputado estadual, presidente do Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul e membro da Coordenação Nacional da DS.
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