Quem segue as redes sociais em Fortaleza ou teve acesso ao site da Prefeitura pôde acompanhar que durante esta semana a prefeitura comemora os 5 anos dos Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (CUCAs) e realiza diversas atividades. Diante desta data me pergunto, o que temos para comemorar nesses 5 anos de Rede Cuca?
Primeiro: a perda das referências políticas que carregavam o nome de CUCA
O Cuca carregava em seus nomes referências políticas importantes para o mundo, sendo o da Barra – Cuca Che Guevara, o do Jangurussu – Luiz Gonzaga e do Mondubim – Chico Anysio. Mas, infelizmente, não podemos mais comemorar, pois na gestão Roberto Cláudio os Cucas passaram a ser chamados pelo nome dos seus respectivos bairros: Barra, Mondubim e Jangurussu, com uma falsa desculpa de pertencimento a partir do bairro onde está localizado. No entanto, o debate que as juventudes protagonizaram na época da gestão Luizianne Lins, era que o Cuca não pertence apenas ao bairro onde foi construído e sim a regional que está inserido. Outro fator levantado é a preocupação com os conflitos entre as comunidades, por isso não usamos nome dos bairros e sim referências políticas.
Segundo: a não realização das Obras dos Cucas das outras 3 regionais
Na campanha do então prefeito Roberto Cláudio ele prometeu que iria terminar os Cucas das outras três regionais e construir mais sete. Porém, nos últimos seis anos da sua gestão não deu início a nenhuma obra, mantendo apenas os já construídos pela prefeita Luizianne Lins.
Terceiro: o aparelhamento do equipamento público para palanque eleitoral
Um dos grandes destaques da comemoração dos cinco anos da Rede Cuca é a palestra sobre “A importância de investir em políticas públicas de juventude no Brasil”, ministrada por Ciro Ferreira Gomes. O questionamento que levanto aqui é como Ciro falará sobre a importância de investir em políticas públicas de juventude no aniversário da Rede Cuca, sendo que nem ele, nem seu irmão Cid ou o prefeito Roberto Cláudio construíram um único Cuca? Também não possuem como marca de seus governos nenhuma grande política de destaque para juventude. Assim a palestra, não passa de mais um simples palanque eleitoral para Ciro Gomes.
Quarto: torre de vigilância e política de perseguição a funcionários
A Prefeitura instalou em frente ao Cuca do Jangurussu uma torre de monitoramento construída em 5 meses, o dinheiro investido nesse equipamento poderia ter sido aplicado no próprio Cuca Jangurussu, ou mesmo nos outros Cucas que não saíram do papel. Investir em uma política policialesca que criminaliza ainda mais a juventude, preta e pobre construindo uma torre de segurança em frente ao equipamento é uma lógica contraria a concepção original dos CUCAs. Fora isso ainda temos diversos casos de perseguição a funcionários.
O que temos para comemorar nesses anos de Cucas?
O que podemos comemorar é todo o trabalho e dedicação de várias mãos, de vários coletivos e movimentos que passaram pela coordenadoria de juventude e contribuíram para a construção de uma das maiores experiências de políticas públicas para a juventude no Brasil, na gestão da Prefeita Luizianne. Além dos CUCAs, foi realizado o congresso de juventude, as conferências, criado o conselho de juventude, o orçamento participativo e o fundo de juventude. Toda uma política de estado que garantiria que mesmo que mudasse o governo, as políticas de juventude seriam asseguradas.
A final, o que temos para comemorar é o legado da gestão petista (2005 a 2012), que tinha à frente a então prefeita Luizianne Lins e na Coordenadoria de juventude, o secretario Afonso Tiago. Juntos idealizaram e materializaram este sonho de construir um equipamento que coubesse todas as juventudes, todas as linguagens, com obras de primeira qualidade e mais que isso, no coração das periferias de Fortaleza. Me desculpem os que pensam diferente, mas acho que algo tão grandioso como os CUCAs jamais sairia da concepção de governos como o de Roberto Cláudio ou em gestões administradas pela família Ferreira Gomes. Obras assim são realizadas por aqueles que acreditam verdadeiramente nas juventudes e sonham que outro mundo possível.
Mariana Lacerda é militante feminista e faz parte da Coordenação Nacional de Juventude da Democracia Socialista.
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