Querido camarada Gustavo Codas
Você nos deixou cedo.
Do mesmo jeito que chegou.
De repente!
Sua grande presença permanece.
Exilado nos anos 1980, Gustavo Codas chegou a São Paulo depois de longa marcha desde a fronteira do Paraguai. Integrou-se à Democracia Socialista. Procurava a turma do Mandel, da IV Internacional. Desde então fez parte da nossa direção.
Militante incansável, envolveu-se ativa e cotidianamente na organização da classe trabalhadora em todos os espaços onde sua dedicação e seu coração revolucionário vislumbrava as possibilidades de luta e resistência. Dedicou-se à construção da CUT, do PT e, mais recentemente, à Fundação Perseu Abramo.
No movimento sindical, participou ativamente da CUT, do Sindicato dos Químicos de São Paulo e da criação da CUT pela Base, mais tarde continuada pela CSD (CUT Socialista e Democrática). Sempre em diálogo como os movimentos sociais urbanos e rurais, contribuiu com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, com o processo da Assembléia dos Movimentos Sociais, com a organização e formação política de jovens, estudantes, sindicalistas, homens e mulheres que lembrarão sempre de seu engajamento em unir teoria e prática.
Dedicou-se à construção do Fórum Social Mundial, às lutas contra a ALCA, a aproximar a experiência da revolução liderada por Chávez à experiência brasileira, boliviana, equatoriana, uruguaia e cubana, lutas que marcaram as possibilidades de mudanças no continente. Latino-americano de espírito internacionalista.
Manteve atuação permanente na luta pela libertação do povo paraguaio. Militou na resistência à ditadura de Stroessner no Paraguai. Com a eleição de Lugo Presidente do Paraguai, assumiu a direção paraguaia de Itaipu. Nessa condição participou da negociação do acordo com o Governo Lula que mudou a favor do povo paraguaio o uso de suas riquezas.
Para a militância da Democracia Socialista de diferentes gerações, Gustavo foi uma referência de pensamento crítico, internacionalismo, comprometimento com a formação política e a organização da classe trabalhadora. A capacidade de refletir sobre processos de disputa no presente, articulando elementos históricos, teóricos e geopolíticos, sempre foi uma marca de suas análises e intervenções profundamente comprometidas com a construção das condições para a mudança social. Gustavo sempre foi e será, na história da DS, nossa ligação com as tradições revolucionárias da América Latina.
Marxista intelectualmente inquieto, grande leitor, criativo, alegre, querido camarada!
Infelizmente perdemos um dos mais brilhantes revolucionários da nossa geração.
Nunca o esqueceremos.
CAMARADA GUSTAVO CODAS, SEMPRE COM A DEMOCRACIA SOCIALISTA!
Democracia Socialista
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