Mas quando falamos em petróleo, não significa apenas a sua extração. Todas as grandes petroleiras do planeta são empresas integradas – do poço ao posto. Produzem (e refinam) petróleo, gás, energia renovável, petroquímicos e fertilizantes. E não abrem mão de distribuírem todos esses derivados.
A Petrobras conta, hoje, com 15 refinarias, entre as quais a Alberto Pasqualini, de Canoas, no Rio Grande do Sul. Trata-se de uma estrutura de logística extraordinária, montada para ter capacidade de abastecer um país continental como o Brasil.
Os casos de corrupção de que essa gigante foi vítima devem ser rigorosamente apurados e os responsáveis devidamente punidos. Cumpre melhorar a capacidade de gestão e controle da Petrobras. Jamais destruí-la.
Qual o sentido de fracionar, desestruturar e vender uma empresa responsável por garantir uma das bases fundamentais para a independência? Qual o sentido de transferir os recursos energéticos do Brasil para a gestão de empresas estatais estrangeiras como as chinesas, norueguesas ou empresas que representam outros países como a Exxon e Chevron (EUA), Total (França) ou Shell (Inglaterra)?
A quem interessa? Certamente, não ao Brasil.
A independência de um país é feita com a sua autonomia energética. Destruir a Petrobras é destruir a independência. Claro assim!
Dependência ou Petrobras, esta é a escolha.
Elvino Bohn Gass é deputado federal PT/RS e Miguel Rossetto foi ministro do Desenvolvimento Agrário e ministro do Trabalho e da Previdência, nos governos Lula e Dilma.
Publicado originalmente em Carta Capital.
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