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2022 é ano de REVIDAR: Reorganizar o Movimento Estudantil e radicalizar as lutas populares! | Caroline Lacerda e Emanuelle Kisse

Este ano de 2022 será definitivo para nossas lutas e organizações políticas, o Movimento Estudantil terá a tarefa fundamental de reorganização de suas instâncias para condução à radicalização das lutas e retomada das mobilizações de massas nas ruas, em uma frente única junto aos movimentos sociais e populares, para a derrubada daqueles que tentam frear os nossos sonhos na construção de um outro mundo possível.

A pandemia do COVID-19 trouxe uma série de problemáticas ao escancarar as relações de desigualdade sócio-econômica em nosso país, nas Universidades e Institutos Federais esse cenário se confirmou: o não acesso aos equipamentos e tecnologias digitais; o corte orçamentário nas políticas de assistência estudantil; a precarização do ensino público; a falta da disponibilização de equipamentos de proteção sanitária pelos órgãos públicos; os cortes no ProUni e Fies, a não redução das mensalidades nas Universidades e Faculdades privadas, os altos índices de evasão estudantil, o abalo emocional-psicológico de nossa comunidade, todos esses foram os fatores marcantes na vida dos estudantes nesse último período e que expressam as consequências da política neoliberal orquestrada pelo Governo Bolsonaro e suas bases de apoio das elites.

Estamos retornando às salas de aulas, com as incertezas da estrutura que vamos encontrar nas universidades e institutos federais, tendo em vista que o orçamento aprovado para o ano de 2022 foi de 5,3 bilhões, bem abaixo do valor de 6,1 bilhões aprovados em 2019, último ano de ensino presencial no Brasil. Diversos reitores já alertaram que com esse valor não será possível manter as universidades funcionando. O mesmo Brasil em que os estudantes precisam largar a universidade em busca de trabalho, é o Brasil que bate recorde de lucro dos bancos. Neste mesmo ano o lucro dos bancos saltou 32,5% e atingiu o recorde de 81,6 bilhões.Trata-se do maior valor nominal (sem considerar a inflação) já registrado pelos grandes bancos com capital aberto na bolsa. O lucro conjunto de 2021 superou inclusive o resultado de 2019 (R$81,5 bilhões) – o maior até então. Essa é a política de Paulo Guedes, lucro para bancos e cortes na educação.

Diante disso, o movimento estudantil precisará mobilizar o conjunto das/os estudantes, passando nas salas de aula e construindo grandes assembleias, apresentando os acúmulos políticos realizados pelo ME nas recepções calóricas, retomar e reconstruir as organizações de base estudantis e formular sobre comitês de lutas para organizar as resistências sociais e reivindicar de nossas Instituições de Ensino e do Governo Federal todas as medidas necessárias para garantir um retorno presencial com segurança sanitária e garantia do acesso e permanência dos estudantes, com à defesa intransigente da Lei de Cotas e o fortalecimento do PNAES, e para tudo isso ser realizado sabemos que precisamos tensionar para a derrubar este governo e sua agenda neoliberal de austeridade para que consigamos à recomposição orçamentária das Instituições Federais de Ensino: BOLSONARO, TIRE AS MÃOS DE NOSSAS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS FEDERAIS!

A União Nacional do Estudantes (UNE) deverá desempenhar um papel central nessa reorganização das entidades e instâncias de base do Movimento Estudantil, produzindo formulações de atuação tática-estratégica e construindo uma agenda unitária de mobilizações dos e das estudantes neste ano, para que assim conduza à radicalização das lutas populares, juntamente aos movimentos sociais.

Construir a derrota do neoliberalismo, do autoritarismo, das estruturas de exploração-opressão, que se personificam em Jair Bolsonaro e seu governo, é nossa tarefa central do ano. E para isso devemos realizar à combinação entre as mobilizações de massas, nas ruas e nas Universidades, radicalizando os processos de lutas e agitando as bases estudantis ao enfrentamento político, nas redes, disputando contra a lógica conservadora, e nas urnas, construindo uma maioria eleitoral em torno de um programa socialista, democrático e popular que eleja Lula presidente, mas não somente isso, é fundamental elegermos também fortes bancadas para dar sustentação a um possível governo e que apresente nosso programa máximo para essa disputa do país que queremos.

E como uma das primeiras agenda de Mobilizações do ano, temos o 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres.

Caroline Lacerda é 1° Vice UNE e Emanuelle Kisse é Vice-UNE Espírito Santo

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