O Diretório Nacional também aprova propostas equivocadas.
Péssimas para a democracia partidária.
Após o longo informe sobre a situação eleitoral nas capitais, o coordenador geral do GTE apresenta ao DN a seguinte proposta, que foi aprovada por 49 votos e com 19 votos contrários:
“Delegação à Comissão Executiva Nacional sobre a decisão final da tática eleitoral nos municípios de Curitiba / PR, João Pessoa /PB, Recife / PE e Rio de Janeiro / RJ
1. Considerando a importância política dos municípios de Curitiba / PR, João Pessoa/PB, Recife / PE e Rio de Janeiro / RJ;
2. Considerando ainda a necessidade de agilizar a tomada de decisões nestes municípios em relação ao processo eleitoral 2024;
3. O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores delega à Comissão Executiva Nacional do PT, a decisão final da tática eleitoral nos municípios relacionados no item 1 acima.”
A origem desta proposta foi uma nota de 14 de março, do coordenador geral do GTE aos presidentes dos Diretórios Municipais de Curitiba, João Pessoa, Recife e Rio de Janeiro, que afirmava o seguinte:
“Na condição de coordenador-geral do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) nacional do PT, após consulta à maioria dos integrantes daquele colegiado e diante da relevância do processo eleitoral em várias cidades do país para o projeto nacional do PT , entre as quais se inclui Curitiba, encaminhei à Direção Nacional do partido, com base na Resolução CEN de 28 de setembro de 2023, que a tática eleitoral deste município seja discutida pelo Diretório Nacional em sua próxima reunião a ser realizada no dia 26 de março do corrente.”
Os argumentos contrários a esta proposta são contundentes:
- Nem todos os membros do GTE foram consultados ou mesmo participaram de reunião no dia 13 de março. Nem Joaquim Soriano, nem Natália Sena.
- Na reunião com todos os membros presentes do dia 12 de março, havia pleno acordo para que o calendário estabelecido pelos Diretórios Municipais fosse seguido.
- Não há qualquer necessidade de interferência prévia nos processos municipais, uma vez que é de conhecimento geral que a Resolução de 28/09/23 já determina que para as cidades com mais de 100 mil eleitores, a decisão final cabe à direção nacional.
- As experiências passadas, incluindo as recentes (2022 e 2020) de intervenção nos Diretórios Municipais e Estaduais, promoveram desastres – em muitos casos com sequelas profundas.
- Debater, trabalhar para o convencimento, buscar convergência na tática eleitoral de 2024, projetar o horizonte futuro constitui bom método para construir unidade partidária. Interromper processos, decidir entre poucos, centralizar abusivamente decisões não levou a resultados satisfatórios.
- Não existem razões para excepcionalizar estas cidades, frente à análise do conjunto das capitais. E em cada uma dessas quatro, pois em cada caso são temas diferentes. Sendo duas para a escolha da vice (Rio de Janeiro e Recife), uma para candidatura própria ou coligação (Curitiba) e outra para escolha da candidatura própria ou coligação (João Pessoa).
Resgatar os métodos democráticos do PT, reverter decisões que atropelaram o Estatuto atual (como a que instalou que 2/3 da direção municipal decide candidaturas do PT, contra a realização de encontro ou prévias) é tarefa para próximo Encontro Nacional. De imediato barrar novas medidas que contrariam o sentido profundamente democrático e inovador da fundação do PT. Venha para o PT que aqui quem decide é você!
Joaquim Soriano
Comente com o Facebook