Reforma Agrária e a Música | José Lima

REFORMA AGRÁRIA é o tema da playlist de hoje. A catástrofe social da concentração de terra do Brasil inicia com a ocupação pelo Império Português. Em 1534, o rei Português João III distribuiu as terras “descobertas” a 15 portugueses, as capitanias hereditárias. Foi um fracasso. Algumas eram maiores que Estados brasileiros atuais. Entretanto, o projeto de expansão colonial prosseguiu, com a escravização dos indígenas, o extermínio de muitos desses povos e a tomada de suas terras. Expandiu-se com o tráfico e a escravização de negros da África. A Independência do Brasil e o Império do Brasil reforçaram a concentração de terras, com a Primeira Lei de Terra do país, que restringia a propriedade aos brancos. Revoltas indígenas, negras e de camponeses sempre enfrentaram, durante os 4 primeiros séculos de ocupação europeia, essa base da sociedade brasileira. Esses conflitos se acirraram no século XX.


Atualmente, a concentração de terras no Brasil é uma das mais altas do mundo – menos de 1% das propriedades rurais detêm quase metade da área rural do país e os 10% maiores imóveis rurais controlam mais de 50% da terra em todos os estados. No século XX, no final dos anos 50 as Ligas Camponesas, organizadas no Nordeste do Brasil, intensificaram a luta pela Reforma Agrária. Foram perseguidas e destruídas pela ditadura militar implantada em 1964. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra organiza-se em 1984 e transforma-se em um movimento de massa por uma Reforma Agrária Popular. A playlist não se restringe a músicas brasileiras. Traz produção de outros países, mesmo onde houve Reforma Agrária, como México e USA. Revela que o assunto sempre é um desafio na luta contra a concentração da propriedade nas mãos de poucos. O MST não coloca a ampla produção musical do movimento no Spotify. Abrimos uma exceção e fizemos uma lista com essas canções no YouTube. Agradecemos o apoio e as sugestões do Professor Luiz Marques e da jornalista Katia Marko.

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