Os encontros estaduais de São Paulo e do Rio Grande do Sul mostram que o processo posterior ao PED continua sendo de disputa de concepções. Enquanto no RS o partido votou pelo aprofundamento da mudança iniciada no PED, em SP, o encontro foi marcado pela resistência e reação a essas mudanças. No RS foram aprovadas resoluções pela mudança na política econômica e na política de alianças. Além disso, indicou mudanças estatutárias significativas para superar o desvio eleitoral do partido: retomada dos núcleos como instância de poder e de organização da base, da contribuição financeira regular e do princípio da auto-sustentação do partido, redução do mandato das direções. O encontro de SP manteve a tradicional impermeabilidade do campo majoritário às teses críticas ao governo federal e chegou a manifestar apoio aos deputados alvos de denúncias de corrupção.
De positivo em SP, a aprovação de diretrizes programáticas com uma orientação anti-neoliberal, fruto de acordo anterior entre as correntes que compõem a executiva estadual. Além disso, e muito significativo para nós, a constituição de uma chapa que defendeu teses de mudança da política e da estrutura partidária, na linha das que foram aprovadas no RS, e reuniu diversos agrupamentos que defenderam o voto em Raul no segundo turno do PED. Essa chapa foi a mais expressiva na esquerda e sua consolidação como movimento por um partido militante, democrático e socialista é um desafio promissor.
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