Seminário organizado no dia 16 de maio, domingo, na sede do Diretório Nacional do PT, pela Articulação de Esquerda e pela Democracia Socialista foi um sucesso! Noventa e uma pessoas presentes, sendo 26 da DS, 24 da AE e 41 convidados. Os debates deram início a um processo de maior convergência entre as duas tendências do PT.
Com uma presença representativa de dirigentes das correntes de esquerda do partido realizou-se no dia 16 de maio o seminário promovido pela Articulação de Esquerda e Democracia Socialista. Além destas, estavam presentes a Esquerda Democrática, Tendência Marxista, Alternativa Socialista, Movimento de Unidade Socialista, Brasil Socialista, Força Socialista, Coletivo Florestan Fernandes e outros convidados.
Os debates principais tiveram como centro um balanço das condições em que se conquistou o governo federal, sua evolução e o papel do PT neste contexto.
O ponto de partida destes debates, apresentado pelos informes iniciais propostos pela AE e DS, tem um duplo registro. Somos tendências partidárias enraizadas na história do PT que se colocam no interior da experiência desenvolvida pelo PT e pelo seu governo. Ao mesmo tempo, construímos já de algum tempo uma crítica aos rumos que a maioria da atual direção imprime ao PT. Disputamos a direção do PT nos últimos encontros nacionais e na eleição direta de 2001, portanto desde antes da vitória de 2002, apresentamos propostas distintas às da atual maioria.
A passagem à construção de um campo partidário petista que expressa alternativas capazes de disputar efetivamente os rumos desse movimento mais amplo, e não apenas do governo, é o desafio central.
Esta alternativa em construção opõe-se àquela que já há algum tempo se desenvolve majoritariamente no PT, dos que adotaram uma conduta de adaptação aos limites dados por uma sempre referenciada “correlação de forças desfavorável” e que cada vez mais auto-limitou a ação do partido para incidir na alteração desta correlação de forças. Esta postura geral, quando o PT assume o governo federal, é ainda mais preocupante.
É preciso, no entanto, uma avaliação mais aguda e crítica. Parte da maioria partidária, chegando ao governo, abandonou a perspectiva de reformas limitadas e passou a aderir e a defender teses liberais. Isto é notório na condução da Política Econômica. Mais do que um antagonismo com as diversas posições socialistas, mesmo as de caráter reformista, esta ultrapassagem liberal entra em choque com a história do partido, com sua base social e com o campo de construção plural de um movimento socialista, democrático e popular no Brasil. É preciso combatê-la.
Esta alternativa da esquerda do PT também é diferente em qualidade, métodos e concepções, da de outros setores de esquerda que resolveram adotar o que, ao nosso ver, é uma concepção sectária de partido.
Uma outra anotação importante do seminário é sobre a importância do próximo processo eleitoral e a retomada das iniciativas da direita, com FHC e o PSDB à frente, colocando como alvo de sua estratégia uma vitória em 2004, para fortalecer-se para a retomada do governo central.
O seminário organizado pela Articulação de Esquerda e Democracia Socialista terá desdobramento em um encontro após as eleições para um necessário balanço e definição de ações comuns.
O debate amplo de propostas alternativas, especialmente da política econômica, continua na ordem do dia. Neste sentido um conjunto de militantes e deputados estaduais do PT de Minas Gerais estão organizando uma série de debates, iniciando em junho próximo.
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