Jornal DS – 22. Presença do PT e participação popular são elementos fundamentais.
Se há uma discussão até agora pouco desenvolvida é aquela que envolve a participação popular e a democracia participativa na esfera federal. Ela vai além da legitimação popular de Lula, da abertura de canais de participação setorial e do reconhecimento do movimento social. Essas conquistas não são pequenas, mas não substituem e não explicam o fato de a construção de um espaço público de participação nas decisões políticas de âmbito nacional continuar sendo relegada ao segundo plano. E não se trata apenas de remeter o tema para a reforma política: esta também depende de avançar a democratização na sociedade.
A participação popular continua a ser decisiva para o processo de enfrentamento das grandes questões nacionais. A ausência de um plano estratégico nessa direção pode desperdiçar ou neutralizar o imenso potencial popular revelado nas ultimas eleições.
Em um processo governamental com avanços, mas também com contradições, a presença do partido no governo e na luta social será muito mais exigida. Mas é preciso ter um partido com uma plataforma para o período atual. Esse é o esforço contido no projeto de revolução democrática apresentado pela nossa tese ao Congresso do PT.
O ponto de partida para uma revolução democrática é justamente o despertar para a política de amplos setores da população que se beneficiaram com as políticas que estancaram o neoliberalismo. E que se colocam do lado do governo Lula para buscar mais conquistas. E mais conquistas significam novos conflitos e capacidade de resolvê-los favoravelmente. A condução desses conflitos estritamente para a arena parlamentar – onde estão representados majoritariamente os interesses das classes dominantes – ou para uma negociação com as elites implica em forte contenção de todo o potencial de mudança.
Uma conjuntura mais favorável não produz necessariamente uma política de mudança das relações de poder. Para que isso aconteça é preciso construir essa política.
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