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A vida exige atitudes | Hugo Manso

Após enorme polarização política, Dilma Rousseff foi reeleita Presidenta da Republica em 26 de Outubro de 2014. No mesmo dia e com muita intensidade os derrotados põem-se em movimento para golpear a democracia e os resultados eleitorais. Com todas as forças, armas e astucias. Por dentro e por fora do governo. Com intensa articulação econômica no plano local e internacional.

Com apoio dos veículos de comunicação de massas, os golpistas venceram a eleição da presidência da Câmara e do Senado Federal e por todo o ano de 2015 movimentaram-se construindo sua narrativa, sempre articulada com o poder judiciário e as entidades patronais. Em abril de 2016, a Câmara vota o impeachment de Dilma em um ambiente de muita ofensiva ideológica.

“Escolas sem Partido”, Reformas Trabalhista e Previdenciária, ataques sistemáticos as organizações e lideranças populares e de esquerda. É nesse ambiente que o golpe está se processando. Foi nesse ambiente que houve a troca de presidente e as eleições de 2016 produziram mais uma derrota a esquerda brasileira.

O ano de 2017 não foi concluído. O golpe ainda está sendo processado, com um novo e importantíssimo episódio marcado para 24 de Janeiro.

Em 24 de janeiro de 1835, em Salvador, escravos iniciam uma revolta que foi fundamental para acabar com a escravidão no Brasil, 50 anos mais tarde. Na mesma data, em 1969, o ditador fascista Francisco Franco declara lei marcial na Espanha, após manifestações públicas, nas quais 300 pessoas foram presas. Em 1972, o soldado japonês, Shoichi Yokoi, é encontrado na ilha de Guam, após 28 anos na selva, acreditando que a Segunda Guerra Mundial ainda não havia terminado. Em 1980, o musical Calabar, de Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra, e o filme Z, do diretor grego Costa-Gravas, são liberados pela Censura Federal depois de terem sido proibidos em 1973.

24 de janeiro é uma data de enfrentamentos, de história, de luta de classes. É nessa data que nossas gerações estão sendo chamadas à luta. Luta que tem produzido forte resistência ao Golpe, desgaste ao governo e suas ramificações. Luta que produz outra narrativa histórica.

Em Porto Alegre e em todo país nosso esforço é para o TRF-4 interromper o golpe nessa 4ª feira. E para isso acontecer muita gente precisa estar nas ruas.

Esse enfrentamento é necessário como atitude. Essa é uma luta pela democracia e pelos direitos fundamentais como seres humanos.

Hugo Manso, membro do diretório estadual do PT/RN e ex-vereador de Natal.

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