Do Opera Mundi
Fogos de artifício, helicópteros de guerra e festa de milhares de pessoas na rua de Cairo. Assim, sob os olhares dos militares, o ex-presidente da Suprema Corte do Egito, Adly Mahmud Mansur, foi jurado nesta quinta-feira (04/07) presidente interino do Egito. Ele substitui o primeiro chefe de estado eleito democraticamente no país, Mohammed Mursi, deposto ontem (03) após ação das Forças Armadas.
A nomeação de Mansour foi anunciada pelo ministro da Defesa, Abdel Fattah Al Sisi – personagem chave no processo de transição. Ele foi nomeado ao cargo apenas dois dias após assumir a presidência da Suprema Corte do Egito.
O presidente interino se comprometeu a convocar o mais rápido possível eleições legislativas e presidenciais, “pois é o único caminho para se fazer Justiça”. Além disso, agradeceu os jovens do país “por sua indignação”. Segundo informações da imprensa local, 17 milhões de pessoas foram às ruas para pedir a saída de Mursi.
“Juro proteger o sistema da República, respeita a Constituição e preservar os interesses da cidadania”, disse Mansur durante a cerimônia de posse.
Mursi foi destituído do seu cargo após milhões de manifestantes terem tomado as ruas durante toda semana, pedindo por eleições antecipadas. O exército egípcio aderiu ao movimento, dando um ultimato a Mursi para que ele atendesse às exigências populares. Com a demanda negada, quando já era entardecer em Cairo, tanques de guerra cercaram o palácio presidencial. Quando noite, Mursi já não era mais presidente.
Ligado à Irmandade Muçulmana, o ex-presidente islamita havia completado um ano de governo no último domingo. No momento, ele é mantido detido, juntamente com colaboradores, sob a supervisão dos militares.
Durante a madrugada, confronto entre pessoas contrárias à deposição de Mursi e manifestantes favoráveis ao processo de transição deixaram 10 pessoas mortas e dezenas de feridos. Ontem, antes de perder o cargo de presidente, Mursi convocou os seus aliados “para irem às ruas e resistirem ao golpe”.
No discurso de posse, o presidente interino prometeu respeitar a opinião da Irmandade Muçulmana e dos que apoiam o ex-presidente Mursi. “A Irmandade Muçulmana faz parte do povo egípcio e serão convidados para participar do processo de construção de uma nova nação. Ninguém será excluído”, disse Mansur.
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