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Ativo da JDS-RJ confirma interiorização da corrente no estado

176145 (1)Por Camilla Barroso e Rodrigo Mathias *

No último fim de semana (entre 16 e 18 de março), foi realizado o Ativo de Juventude da Democracia Socialista do estado do Rio de Janeiro. O evento foi dedicado à formação política dos jovens da corrente e à incorporação de novos militantes à DS. Durante os três dias, mais de 40 jovens se reuniram na Faculdade Nacional de Direito, da UFRJ, para realizar debates sobre revolução democrática, feminismo, luta antirraciasta, movimento estudantil e as tarefas organizativas da JDS-RJ.

Na avaliação da companheira Clarissa Alves da Cunha – vice-presidenta da UNE – o ativo marcou a concretização de uma nova fase na construção da DS no estado. Ela destacou o aumento da representação da corrente nos municípios do interior e o crescimento da militância nas frentes de atuação, como os movimentos feminista e antirracista.

“Esse Ativo é histórico para a Juventude da DS no Rio, não só pelo aumento da representatividade e do número de militantes jovens na corrente, mas principalmente pelo nível dos debates que tivemos aqui. Esse evento certamente vai mudar o patamar de construção da nossa juventude no estado”, comemorou.

Já o companheiro Daniel Gaspar – Secretário Estadual da JPT-RJ – destacou a necessidade de uma maior integração entre a juventude da DS e a JPT estadual, quadro diferente do visto em anos anteriores. O secretário aproveitou para ressaltar os desafios da construção da juventude petista no Rio:

“Queremos fazer uma gestão voltada não só para os jovens petistas, mas também para fora do partido. Precisamos dialogar com a sociedade e disputar pela esquerda os valores da juventude”, afirmou.

Mesa de abertura

A abertura do ativo foi dedicada à formação política e apresentação da corrente. Os textos do caderno de formação foram debatidos na mesa “Marxismo e o socialismo que queremos”, apresentada por Bruno Moreno, membro da JPT-RJ e da Coordenação Estadual da DS e por Clarissa Alves da Cunha, que também é membro da Coordenação Nacional da tendência.

Antes da apresentação dos textos, o companheiro Beto Bastos – membro da Coordenação Nacional da DS – fez um breve resgate da história da corrente e salientou a importância da juventude na construção do Partido dos Trabalhadores e do socialismo democrático:

“Formamos uma vanguarda revolucionária disposta a construir um novo mundo, entendendo que a construção do socialismo não pode estar dissociada da luta contra toda e qualquer forma de opressão e discriminação”, resumiu.

Durante a mesa foram debatidos textos importantes da formulação teórica da DS. Em muitas falas foram ressaltadas a importância do método dialético na análise da realidade – em contraposição ao etapismo – e a tradição a corrente de pensar a América latina e o Brasil dentro de suas próprias especificidades, diferente do que era pregado pela tradição de esquerda da 3ª Internacional.

Segundo dia

Na manhã do segundo dia, aconteceu o debate sobre a “Democracia Socialista e o PT na atualidade”. A mesa foi formada pelo companheiro Rafael Chagas – ex-diretor da UNE – e Bernardo Cotrim, membro da Coordenação Nacional da tendência.

Rafael trouxe o debate acerca da revolução democrática e a estratégia da DS de construção do socialismo. Para ele, a transição democrática ao socialismo só será possível se ela for relacionada com as mais diversas formas de luta popular.

Já Bernardo Cotrim apresentou questões sobre a construção da ideia de revolução democrática dentro do PT. O companheiro destacou as importantes vitórias alcançadas no 4o Congresso, que aconteceu no ano passado e foi marcado por um inflexão mais à esquerda do partido.

Na parte da tarde a companheira Rafaela Rodrigues, da Marcha Mundial das Mulheres, apresentou o debate sobre o que é o feminismo e a centralidade da luta das mulheres para a Democracia Socialista. Os principais pontos destacados nas falas foram a divisão sexual do trabalho, violência contra as mulheres, educação não sexista e o machismo presente nos espaços das universidades e do partido. Entre os encaminhamentos, foi tirado que as mulheres do movimento estudantil terão como prioridade a construção de coletivos feministas nas universidades, como os já existes na PUC, UNIRIO e em Macaé. Foi apontado ainda que deve haver um maior investimento na formação das mulheres, em especial das jovens, para preparar nossas militantes para as tarefas de direção, principalmente depois da histórica aprovação da paridade de gêneros dentro do PT.

Terceiro dia

O principal debate do 3° dia do Ativo foi sobre as eleições municipais deste ano. O debate contou com a presença do companheiro Mozart Chalfun – pré-candidato à Câmara de Vereadores do Rio – e girou em torno da aliança do PT com o PMDB no estado.  A JDS-RJ entende a importância dessa aliança para construção do projeto nacional do PT, mas considera ser essencial disputar ideologicamente o projeto de governo:

“Temos visto que o legado da Copa e das Olimpíadas no Rio tem sido positivo para o mercado imobiliário e financeiro e não para a população. O PT deve pautar programaticamente essas alianças, principalmente aqui na capital, afirmou o companheiro Mitã chalfun, vice-presidente da UEE-RJ.

Durante o debate sobre movimento estudantil, a companheira Barbara Eliodora, diretora de mulheres da UEE-RJ, pontuou que a JDS-RJ obteve um grande crescimento no último período, com destaque para a 4a vitória seguida na PUC e para o aumento da participação da corrente nas universidades públicas e nas do interior.

Na parte da tarde foi debatido o texto do Ativo Nacional de Negras e Negros da DS, onde destacou-se a necessidade das lutas antirracistas na construção de um outro mundo, e a necessidade do fortalecimento da construção do coletivo Enegrecer no estado.

Em seguida houve a apresentação do texto-base da etapa nacional do Ativo de Juventude da DS, que acontecerá entre os dias 7 e 8 de abril. Em Fortaleza. O texto foi apresentado pelas companheiras Joanna Paroli – Secretária-Adjunta da JPT –  e Clarissa Alves da Cunha, que destacaram a importância de se pensar a juventude para a estratégia de construção da revolução democrática.

“Precisamos nos concentrar na tarefa de formação política e na integração de novos militantes jovens à nossa corrente, fazendo um esforço ainda maior para dialogar com a juventude das periferias, que é majoritariamente a favor do nosso projeto de país”, afirmou Joanna.

Ao final dos debates foi eleita a nova Coordenação Estadual da JDS, composta por companheiras e companheiros dos diversos municípios e das diversas frentes de atuação da corrente. Foi deliberado também os nomes que representarão a delegação do estado no Ativo Nacional de Juventude da DS.

* Camilla Barroso é ex-diretora de Mulheres da UEE-RJ.
Rodrigo Mathias é jornalista e redator do Portal da DS.

 

 

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