Do Opera Mundi
Com 96,46% das urnas apuradas, o Servel (Serviço Eleitoral) anunciou oficialmente neste domingo (17,11%) os resultados que levam matematicamente a eleição presidencial no Chile. A disputa ficará entre a ex-presidente Michelle Bachelet (Partido Socialista, centro-esquerda) e a governista Evelyn Matthei, da UDI (União Democrática Independente, direita).
Apesar de obter uma ampla vitória nesta primeira votação(com 46,73% dos votos até essa última parcial) a socialista Michelle Bachelet não conseguiu seu principal objetivo, vencer sem necessidade de segundo turno, ficando a 3,27 pontos percentuais de consegui-lo.
A conservadora Matthei, que representa a aliança do atual governo do presidente Sebastián Piñera, está com 25,00% das preferências. O resultado final deste primeiro turno estaria muito próximo do primeiro turno da eleição de 2005, quando Bachelet venceu sua primeira eleição e terminou o primeiro turno com 47%, contra 25% de Sebastián Piñera, que depois perderia no segundo turno.
Em seu discurso na sede eleitoral da coalizão Nova Maioria, Bachelet reconheceu o segundo turno e admitiu que seria “muito difícil” passar agora. “”Que não tentem ocultar a verdade desse resultado. Mesmo não sendo uma vitória no 1º turno, foi uma ampla vitória, que mostra que os chilenos estão do lado das nossas ideias”. Para Bachelet, a vitória deste domingo representa o apoio a temas como educação gratuita, maior igualdade social e integração e uma reforma tributária que combata a desigualdade. “Hoje os chilenos disseram que querem uma nova constituição!”, afirma em discurso a militantes, referindo-se à proposta de convocar uma Assembleia Constituinte.
Já Matthei, sorridente, disse que o resultado mais uma vez contrariou as pesquisas de opinião. “Ganhamos novamente das pesquisas, que fizeram um esforço em mostrar uma falsa vitória no primeirto turno, e esconderam essa parte do país que está com medo de que a esquerda impulse seu projeto de desestabilização do país”, afirmou.
Os outros
Entre os demais candidatos, Marco Enríquez-Ominami, do Partido Progressista, de esquerda, ex-integrante do PS, está em terceiro lugar, com 10,94%, uma pequena margem à frente de Franco Parisi, com 10,14%, candidato independente de tendência ultralibeural que se destacou com um discurso pregando a “política sem políticos”.
Os demais candidatos tiveram percentuais discretos: Marcel Claude (Partido Humanista, esquerda) é o quinto, com 2,80%; seguido por: Alfredo Sfeir (Partido Ecologista Verde do Chile), com 2,33%; Roxana Miranda, do Partido IGUAL, de esquerda, com 1,26%; Ricardo Israel (Partido Regionalista dos Independentes), com 0,57%; e, em último, Tomás Jocelyn-Holt, independente de tendência democrata-cristã, com 0,19%.
Apenas 1% dos eleitores anulou o voto, enquanto 0,7% votaram em branco.
Os datos foram entregues pelo Servel (Serviço Eleitoral chileno) e divulgados pelo canal de televisão estatal TVN. O segundo turno entre Bachelet e Matthei se realizará no dia 15 de dezembro.
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