Na última sexta-feira (17) a chapa Sindicato Forte (chapa 1) venceu as eleições do SINDÁGUA-MG por ampla vantagem. A chapa, que é formada por sindicalistas ligados à CUT e disputava a reeleição, obteve cerca de 68% dos votos contra 25% da chapa adversária. Essa foi a maior votação já registrada na história das eleições do sindicato.
A nova direção – eleita para o triênio 2012-2015 – é formada por trabalhadores e trabalhadoras que militam na CSD, corrente sindical cutista, que dirige o SINDÁGUA-MG há nove anos.
Após o pleito, o presidente reeleito, José Maria dos Santos, afirmou em nota oficial divulgada pela chapa que essa vitória demonstra a importância da conscientização dos trabalhadores para a necessidade da luta sindical:
“Essa é uma luta de todos por todos. Nessas eleições os trabalhadores disseram em alto e bom som que não admitem interferência estranha na organização da categoria”, afirmou o presidente, numa clara alusão à estratégia do PSDB mineiro de tentar tomar o controle dos três maiores sindicatos do estado, com o duplo objetivo de garantir uma atuação mais branda dos sindicalistas na relação com o atual governo tucano e preparar uma forte base de apoio para as pretensões presidenciais do ex-governador Aécio Neves, em 2014.
Disputa eleitoral, mas também ideológica
Uma das maiores vitórias da gestão de José Maria foi a bem-sucedida luta contra a terceirização e privatização da gestão da água e do saneamento básico no estado. Essa, inclusive, pode ser considerada a maior disputa ideológica do pleito, já que a chapa de oposição era organizada por sindicalistas ligados ao PSDB – partido notoriamente defensor das privatizações – em uma surpreendente aliança com a CTB, central sindical ligada ao PCdoB.
Por telefone, José Maria disse considerar que esse pleito não representou apenas a disputa de uma categoria, mas sim uma disputa de projeto. Para ele, o movimento sindical entendeu a importância dessas eleições e uniu forças para barrar o projeto sindical tucano.
A dirigente da CSD e secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, concorda com José Maria. Para ela, a eleição da chapa Sindicato Forte representa não só uma vitória para a categoria, como também um avanço na luta pela construção de um novo modelo de sociedade:
“A vitória da chapa 01 é a demonstração que a classe trabalhadora, quer um sindicalismo combativo, que defenda os interesses imediatos da categoria, mas que também questione o modelo de sociedade vigente e apresente uma alternativa a este modelo, impulsionando lutas gerais junto com o movimento social organizado que altere a vida da classe trabalhadora como um todo”, afirmou a dirigente.
IV Conferência Nacional da CSD
Essa importante vitória acontece dias antes da IV Conferência Nacional da CSD, que acontece entre os dias 2 e 4 de março, em São Paulo. A conferência terá como objetivos principais a realização de um balanço dos 10 anos de existência da CSD e a preparação da intervenção da corrente para o XI Congresso da CUT, que ocorrerá esse ano.