Dia Nacional de Lutas e Eneterra pedem mudanças na política econômica.
O mês de julho terminou com um bom saldo para a Coordenação dos Movimentos Sociais. O dia 16 foi de mobilizações em todo o país, pedindo mudanças na atual política econômica. No início do mês, cerca de 2.000 pessoas participaram do 1 º Encontro Nacional de Estudantes e Jovens por Trabalho, Educação e Reforma Agrária, no campus da UFF (Universidade Federal Fluminense), em Niterói (RJ). A agenda para o próximo período promete mais mobilizações e um calendário intenso.
As manifestações do dia 16 foram, na verdade, o final de uma semana de mobilizações em todo o Brasil – houve atividades em 26 dos 27 estados. O Movimento dos Trabalhadores Desempregados, por exemplo, realizou o cadastramento dos desempregados em diversas cidades. A CUT focou no recolhimento de assinaturas em apoio a PEC que reduz a jornada de trabalho, e somou aos pedidos de mudança da política econômica o lançamento das campanhas salariais unificadas do 2º semestre dos setores bancário, metalúrgico e químico.
Especialmente nos estados da Bahia, Paraíba e São Paulo a participação foi expressiva, com milhares de trabalhadores e desempregados saindo às ruas. Também eram parte da pauta das manifestações a manutenção e ampliação dos direitos trabalhistas, a redução das taxas de juros, a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, além de serviços públicos de qualidade, reforma agrária, e uma política de enfrentamento à Alca e contra a renovação dos acordos com o FMI.
Eneterra
O Encontro Nacional de Estudantes e Jovens por Trabalho, Educação e Reforma Agrária teve participação ampla, com jovens do movimento sem-terra, estudantes, juventude sindical e participantes da Marcha Mundial de Mulheres. O evento foi organizado em torno de três temas centrais: alternativas ao atual modelo econômico, que apontem soluções para o drama do desemprego e da estagnação econômica; a Reforma Agrária e sua importância na superação da miséria social da qual o povo brasileiro é vitima; e o papel da Universidade na construção de um projeto de desenvolvimento nacional democrático, autônomo e soberano.
Para João Pedro Stedile, do MST, é preciso pressionar o governo a fazer as mudanças esperadas desde a eleição. “Estamos em um momento de transição”, diz ele. “O povo votou contra o modelo neoliberal, mas o governo ainda não conseguiu mudar a política econômica”. Entre as iniciativas apontadas como prioritárias, está a construção de um espaço de jovens da CMS no Fórum Social Mundial. O intercâmbio proporcionou que também a CMS incorporasse o debate sobre a reforma universitária em sua pauta, buscando contribuir com a articulação dos movimentos sociais em defesa da universidade pública.
A reforma universitária, aliás, foi um dos temas da carta final do encontro, que apontou a importância do “debate sobre a reforma universitária ora em curso, que vem apresentando elementos de continuidade ao processo de mercantilização da educação.” A carta diz ainda que “é fundamental que o conjunto dos movimentos sociais se unam para interromper esse processo, buscando o resgate e a revalorização da universidade pública.”
O próximo período
O envolvimento da juventude na pauta da CMS reforçou o calendário de lutas, que prevê para o segundo semestre:
- 13 e 14 de agosto – vigília em frente à Embaixada dos Estados Unidos e da Venezuela, em Solidariedade ao povo venezuelano
- 21 de agosto – plenárias e debates com artistas e intelectuais nas principais capitais sobre um projeto alternativo para o Brasil
- 7 de setembro – Grito dos Excluídos
- 10 de setembro – Jornada Mundial de Luta contra a OMC e as Transnacionais
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