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Considerações sobre a Chacina de Belém

1750025ANDRÉ TOMAZ

 

Mais uma vez o estado do Pará vira notícia nacional. Mais uma vez por uma chacina organizada pela nossa Polícia Militar. Dessa vez não foram 19 camponeses do Movimento Sem-Terra, na verdade, a realidade nem foi no ‘distante’ meio rural. Dessa vez a chacina foi bem perto mesmo, uma versão urbana do massacre de Eldorado dos Carajás, onde a PM orquestrou e realizou uma verdadeira “limpeza” nos bairros da periferia da capital paraense.

Quem acordou na manhã do dia 5 de novembro, viu nos jornais apenas a hipótese de uma chacina. Apenas a hipótese de uma possível relação dos crimes da noite anterior, com a morte de um Cabo da Polícia Militar do Pará. Mas quem viu e viveu os momentos de tensão da última madrugada, certamente sabe os reais motivos de tamanha preocupação e insegurança em que acordou a população de Belém no dia de hoje.

Os jornais falam da morte de “apenas” 9 “bandidos”, mas basta você passar poucos minutos nas redes sociais e/ou conversar com amigos que moram em bairros da periferia da cidade, e verá que na verdade a matança chega a lembrar verdadeiros cenários de guerra. Até mesmo a pagina oficial do braço tático da PM do PA, a ROTAM, chega a fazer uma verdadeira contabilização dos mortos e os bairros em que estes morreram. Fazendo a conta rápida, você passa de 40 mortos em apenas uma noite.

Toda essa matança injustificada, levou a ouvidoria do sistema de segurança pública, OAB e demais entidades a coletar informações diretamente os locais dos crimes, para a partir daí cobrar explicações e organizar algum tipo de resposta à população.

No entanto, independente da ação e boa vontade dessas entidades, uma conclusão já podemos tirar de toda essa situação: A POLÍCIA MILITAR PRECISA ACABAR! Não é possível conviver com um braço armado do estado que age como milícia, que mata sem mesmo saber quem são as pessoas, que mata pessoas inocentes e até mesmo crianças, sob a alegação de estar “vingando” a morte de um colega e mantendo a ordem na cidade.

Que os desdobramentos dessa chacina levem à uma reflexão madura e inteligente e que tudo isso sirva para provar de uma vez por todas que a PM não atende aos direitos e anseios da população, seja ela rica, pobre, branca, negra, adulta, criança, homem ou mulher.

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