APRESENTAÇÃO
A CSD – CUT Socialista e Democrática nasceu em 2002, reafirmando a posição estratégica da atuação e construção do sindicalismo organizado na CUT. A aposta numa corrente sindical só se justifica quando ela combina concepção sindical com concepção política; quando tem capacidade de propor, intervir e atuar de forma coletiva; quando sua identidade se expressa em uma prática e em posições políticas comuns; quando as diferenças internas não levam ao imobilismo. Somos uma tendência militante, democrática e socialista.
Por compreendermos que a luta econômica não encerra a luta política de classe, defendemos o engajamento da militância sindical na organização partidária e no fortalecimento da sua ação. A consciência política é forjada no cotidiano da luta política realizada também pelo partido, pois é nesta arena de combate que tratamos os temas que dizem respeito a toda a sociedade ou à maioria dela. A CSD, orientada por este princípio, referencia-se no Partido dos Trabalhadores (PT) como a organização partidária que reúne a vanguarda sindical e popular de esquerda no Brasil.
A militância da CSD nas estaduais e ramos da CUT possui um papel dirigente fundamental: promover o sindicalismo combativo. Não nos pautamos simplesmente por nossa autoconstrução enquanto corrente política. Nossa capacidade de crescimento está diretamente relacionada ao nosso potencial de assumir tarefas de construção das entidades cutistas, de suas agendas de luta, de coesionamento de sua base social em torno do programa democraticamente definido pela Central Única dos Trabalhadores.
Em Fevereiro de 2016, realizamos a V Conferência Nacional da CSD, em São Paulo. Naquele momento, passado o 12º CONCUT – Congresso Nacional da CUT, e num ambiente de flagrante ataque à democracia brasileira e de ofensiva conservadora, apontamos as prioridades estratégicas para nossa ação e da CUT. De um lado a luta democrática, contra o iminente golpe midiático-parlamentar, partindo da unificação da ação da esquerda junto às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. De outro a luta política, para que o governo eleito reassumisse o compromisso com o programa eleitoral que lhe levou à vitória em 2014 e para frear a agenda conservadora que avançava no Congresso.
Passados pouco mais de dozes meses, apesar da histórica resistência democrática e popular, presenciamos um golpe e o afastamento de uma presidenta eleita pelo voto popular, sem que qualquer crime fosse comprovado. O governo ilegítimo que emerge, sustentando por uma grande unidade dos diversos setores da direita nacional, sem compromisso popular, explicita seu programa de retirada de direitos, liquidação do Estado, privatização do patrimônio público, ampliação da iniciativa privada nos serviços públicos e subordinação do país aos interesses do capitalismo internacional.
Esses acontecimentos alteram estruturalmente o posicionamento e as tarefas da esquerda, do movimento sindical e da CUT na conjuntura e exigem uma reflexão e um planejamento coletivo que oriente a militância para um novo período político, cujo caráter está em disputa. Por isso, a Coordenação Nacional da CSD compreendeu como necessária a convocação de uma instância nacional, intermediária entre nossa Conferência Nacional e nossa Coordenação Nacional. Uma instância representativa da nossa diversidade, que ampliasse o debate para além das direções sindicais, orientasse nossa ação política no próximo período e preparasse nossa intervenção no Congresso Extraordinário e Exclusivo que a CUT acaba de realizar.
Após os debates nas categorias, ramos e estados, realizamos a I Plenária Nacional da CUT Socialista e Democrática durante os dias 19, 20 e 21 de maio de 2017. Como resultado desse rico processo apresentamos agora a resolução política que expressa o acúmulo do debate coletivo até aquela data e que é instrumento atual para orientação da nossa militância nos embates da conjuntura, desafios e ações permanentes da nossa prática sindical.
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