Partiu ontem (10/08), para o Líbano, via Síria, o companherio Kjeld Jakobsen, integrando uma missão internacional de observadores, representando a Aliança Social Continental (ASC) e a CUT com o apoio da ORIT (Organização Regional Interamericana de Trabalhadores). Veja a seguir o comunicado da ASC e a entrevista de Kjeld ao Portal da CUT.
São Paulo, 09 de Agosto de 2006
Compañeras y compañeros de la Alianza Social Continental
Este jueves 10 de agosto de 2006 partió para el Líbano, vía Siria, el compañero Kjeld Jakobsen, integrando una misión internacional de observadores, en representación de la Alianza Social Continental y de la Central Única de los Trabajadores (CUT), con apoyo de la Organización Regional Interamericana de Trabajadores (ORIT).
La misión tiene por objetivo llevar la solidaridad de la ASC a las organizaciones sociales de los pueblos del Líbano y Palestina en este momento en que sufren una feroz y cruel agresión militar por parte del gobierno de Israel. Está integrada también por otras organizaciones hermanas como la Vía Campesina y Focus on the Global South.
Desde la Secretaría de la ASC entendemos que una red de organizaciones sociales como la nuestra no podía ni debía esquivarse de tener un gesto concreto de solidaridad con dos pueblos hermanos en un momento como éste. El compañero Kjeld fue en años anteriores, cuando ejercía el cargo de secretario de relaciones internacionales de la CUT Brasil, uno de los fundadores de la Alianza y también coordinador de la Secretaría de la ASC. Por eso, entendimos que tiene todas las credenciales para llevar en nuestro nombre ese mensaje de solidaridad a los pueblos del Líbano y Palestina.
Fraternalmente,
Gonzalo Berrón – Secretaría de la ASC
Rafael Freire Neto – Secretaría de la ASC / ORIT
Entrevista publicada en la página www.cut.org.br
Contra o terrorismo de Estado de Israel
Por: Leonardo Wexell Severo
O presidente do Observatório Social, Kjeld Jakobsen, representará a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Brasil na delegação internacional que parte na próxima quinta-feira rumo a Beirute, no Líbano, em missão de solidariedade. Estão previstas visitas aos locais devastados, além de encontros com lideranças sindicais e autoridades libanesas. Honrando nossas melhores tradições, já demonstradas nas brigadas de apoio militante à Nicarágua Sandinista e a Cuba socialista, Kjeld, que foi secretário municipal na gestão da prefeita Marta Suplicy faz valer a máxima de que a “solidariedade é a ternura dos povos”. Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, ele nos conta das suas expectativas com a visita aos países árabes e do papel da mobilização internacional para pôr fim à agressão israelense.
A saída do vôo está prevista para quinta-feira. Conte um pouco sobre a viagem…
Sairei nesta quinta-feira (10) de São Paulo rumo a Damasco, capital da Síria. De lá, a delegação internacional viajará de carro rumo à capital libanesa, Beirute. Nossa expectativa é que faremos o trajeto em cerca de seis horas, quando o normal seria uma hora e meia, pois a estrada está em condições precárias devido aos bombardeios.
Quem integra a delegação?
Além de mim, que representarei a CUT e a Aliança Social Continental, viajará um companheiro da ONG Focus, o Walden Bello, que é um intelectual renomado; um grupo da Índia, integrado por um jornalista, um parlamentar e um representante de organização social; sindicalistas rurais da Indonésia e do México, e também um parlamentar filipino.
Qual a sua avaliação sobre este gesto?
Devemos expressar a nossa solidariedade diretamente às pessoas que estão sofrendo com os ataques israelenses. Penso em trazer de volta informações sobre aquela realidade, pois muitas vezes o que sai na imprensa por aqui são versões. Quero falar sobre como esses bombardeios afetam o trabalho, o emprego, a sobrevivência das pessoas comuns. O Líbano estava se reconstruindo e agora está mais arrasado ainda. Com base nos laços que nos unem, esperamos contribuir para que cessem os ataques, assim como queremos posteriormente ajudar na reconstrução. O importante é demonstrarmos que não há uma condenação apenas por parte dos governos contra a agressão, mas uma contrariedade dos habitantes do planeta.
O que pensas em encontrar por lá?
Estive em Beirute duas vezes quando era secretário municipal de São Paulo, que tinha uma relação especial com a capital libanesa. Vi de perto a reconstrução que estava sendo feita, onde muitos locais e edificações ainda guardavam marcas de tiros e explosões. Presenciei todo o esforço que o povo libanês fez para retomar o crescimento, fortalecer a economia e tudo isso hoje foi para o espaço. Estas três semanas de ataques têm sido mais devastadoras que os 15 anos do conflito anterior.
O que fazer diante desta covarde agressão?
A CUT tem caracterizado a postura do governo israelense como terrorismo de Estado, que só tem sido possível de ser mantido pelo respaldo recebido do governo dos Estados Unidos. A nota branda da CIOSL em relação ao cessar-fogo se deve à representação da central israelense, a Histadrut, que integra a Confederação. O ministro da Defesa de Israel foi até pouco tempo da Histadrut e deve explicações pois agora está ajudando a matar trabalhadores.
E a ação do governo brasileiro?
O governo brasileiro tem feito um trabalho muito importante, talvez comparado ao da época do tsunami. É claro que agora, sob ataque, o deslocamento se complica, as coisas ficam ainda mais difíceis. O importante é que há momentos em que os Estados nacionais não conseguem dar respostas à altura e é fundamental que a sociedade participe, interfira. Com nossa visita, esperamos estar dando uma modesta contribuição para alcançarmos uma solução.
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