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De uma operária da indústria aos trabalhadores e trabalhadoras

1673700Sou operária da indústria do calçado. Vivi os anos 90 no Brasil e todas as agonias e humilhações a que foram submetidos os trabalhadores e as trabalhadoras do nosso país, durante os governos de FHC, do PSDB. Vi muita coisa ruim acontecer e faço um grande esforço para não esquecer, para que nunca mais aconteça.

No governo do PSDB, nos anos 90, vi o desemprego aumentar, junto com as enormes filas para seleção de emprego, que viravam quarteirões.

Vi centenas de empresas entrarem com falência, gerando milhões de desempregados no setor coureiro calçadistas no RS.

Vi o salário mínimo ser desvalorizado. Nunca chegou a 100 dólares. Eles diziam que o salário não podia aumentar, para não prejudicar os lucros das empresas, nem explodir as contas públicas.

Vi FHC tentar acabar com os direitos trabalhistas (férias, 13º salário, FGTS, seguro-desemprego, aumentar a jornada de trabalho) enviando projeto ao Congresso para alterar o artigo 618 da CLT e fazendo várias mudanças na Constituição. Vi Aécio comandando o Congresso Nacional para acabar com esses direitos. Participei das mobilizações chamadas pela CUT em Brasília contra essa grande maldade dos tucanos FHC e Aécio.

Vi FHC chamar aposentados de vagabundos, para defender mudanças na Previdência Social. Ele conseguiu mudar. Suas mudanças fizeram com que nós, mulheres, perdêssemos 40% dos benefícios da aposentadoria, por meio do fator previdenciário. Como se já não bastasse sermos penalizadas por receber remuneração menor do que os homens.

Vi a informalidade crescer como erva daninha nos anos 90. Carteira de trabalho assinada virou artigo de luxo. Fazer bico era a regra pra grande parte dos trabalhadores.

Vi os sindicalistas serem barbaramente agredidos nas ruas por defenderem nossos direitos. FHC mandou tanques do Exército para cima dos trabalhadores da Petrobrás. Éramos recebidos à bomba, gás lacrimogênio e cassetete em Brasília. Sindicalista, para os tucanos, não passa de criminoso. Tratam com polícia, não com política.

Resistimos e ganhamos

Mas então, resistimos. E muito. Nossa resistência teve uma grande conquista: a eleição de Lula em 2002, o primeiro operário a ser eleito presidente. Uma vitória popular. As coisas para nós, trabalhadores e trabalhadoras, começaram a mudar. Vi outro Brasil.

Vi o desemprego, que tinha feito seus recordes com o PSDB, chegar a menos de 5%. Vi o salário mínimo ser tão valorizado que chegou a valer próximo de 400 dólares. Vi Aécio Neves ser derrotado quando ele votou contra a valorização do salário mínimo no Brasil. Dilma conseguiu transformar a política de valorização do salário mínimo em lei.

Não vejo mais as quilométricas filas de desempregados virando quarteirões para disputar uma vaga de emprego.

Vi o presidente Lula mandar arquivar a proposta de FHC que pretendia retirar os direitos trabalhistas.

Vi a presidenta Dilma valorizar as aposentadorias.

Vi a presidenta Dilma igualar os direitos das trabalhadoras domésticas aos direitos que todos os outros trabalhadores já possuíam em lei.

Eu vivi para ver trabalhadores e trabalhadoras serem recebidos no Palácio no Planalto, tanto pelo presidente Lula, quanto pela presidenta Dilma. Não vi armas apontadas para nós. Vi negociação, respeito, conquistas. Vi democracia.

Vi jovens, trabalhadores e trabalhadoras rurais, milhares deles, entregando pauta de reivindicação nas mãos da presidenta Dilma.

Vi os escravocratas – sim, eles ainda existem e são fortes no Congresso – serem derrotados na votação da PEC do trabalho escravo. Agora, as propriedades urbanas e rurais onde for encontrado trabalho escravo, serão expropriadas.

Se você não viveu ou não lembra da Era FHC-PSDB-Aécio, eu vivi e posso te afirmar que os governos do PSDB são nefastos para a classe trabalhadora brasileira, pois eles governam só para um setor da sociedade, eles governam para os ricos.

Por isso eu peço não vamos voltar ao passado, não vamos pagar para ver, pois não é apenas uma simples alternância de poder. Votar em Aécio é trocar de projeto, e fazer a opção pelos ricos.

No dia 26 de outubro não vote com ódio, vote com a razão, vote pensando em sua família que hoje tem uma condição de vida melhor, com renda com emprego, casa, possibilidade de ver seus filhos na universidade e muito mais futuro.

Vote 13! Vamos seguir em frente com Dilma Presidenta e Tarso Governador

Rosane da Silva

Dirigente Sindical do Setor Calçadista do RS

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