Essas mulheres estão expostas a infecções, agravos clínicos e ao julgamento de uma sociedade que insiste em fechar os olhos e calar a voz daquelas que sonham em viver livremente.
Quando defendemos a legalização do aborto, defendemos o acesso a saúde, livre de preconceitos e discriminações. Defendemos, também, um Estado laico.
Mas, quando defendemos a legalização do aborto, queremos abrir a real discussão intrínseca a esse tema. Defendemos a autonomia das mulheres sobre seus corpos e suas vidas. Sonhamos e desejamos que a mulher viva sua sexualidade livremente, distanciando-a da imposição à maternidade.
Sabe-se que todos os métodos anticonceptivos guardam uma porcentagem de erro. De outro lado, precisamos evidenciar o fato de que muitas mulheres têm dificuldade de negociar abertamente os métodos anticonceptivos com seus companheiros. Isso não deve ser um aprisionamento a condições colocadas. Ser mãe deve ser uma opção.
Nossa sociedade insiste em associar maternidade a uma suposta “condição feminina”, relacionada ao cuidado, a atenção, ao carinho. Essas últimas, também integram um mix de características “naturalmente femininas”. Bem, de nossa parte, podemos dizer que cuidado também é trabalho e deve ser dividido por todos e todas. Em outro sentido, atenção, carinho e solidariedade devem ser eixos estruturantes de toda a sociedade, inclusive, parte das políticas públicas do Estado.
Para tanto, essa semana comemoramos através de luta, coragem, ousadia e mobilização, o Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto.
Dia 28 de Setembro, todos e todas evidenciamos a opção de uma sociedade radicalmente igualitária, libertária e solidária.
O Partido dos Trabalhadores tem a tarefa de publicizar essa bandeira, somando-se ao esforço do conjunto dos militantes que mobilizam e pressionam para nenhuma mulher morra ou seja presa por exercer o direito de autonomia sobre seus corpos.
Ana Cristina de Lima Pimentel ´e Secretária Estadual da Juventude do Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais
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