Na tarde desta sexta-feira (23), a CUT e as demais centrais sindicais se reuniram em São Paulo e decidiram manter a política unitária de enfrentamento às reformas do governo Temer, com foco principal, neste momento, para a Reforma Trabalhista. Com esse objetivo, as centrais resolveram conjuntamente manter o próximo dia 30 de junho como data de paralisações e mobilizações em todo o país. “Vamos parar o Brasil contra a Reforma Trabalhista, em defesa dos direitos e da aposentadoria”, afirma o lema decidido por todas as entidades.
As centrais decidiram também um calendário de atividades para a próxima semana. No dia 27 de junho pela manhã, os trabalhadores organizarão ações nos aeroportos para pressionar os senadores. No mesmo dia, os presidentes das centrais irão ao Senado debater com os parlamentares.
“Eles precisam saber que se votarem a favor dessa reforma, entrarão para a história do Brasil como os senadores que destruíram a nossa legislação trabalhista”, afirmou Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT.
No dia 30 de junho, estão previstas diversas paralisações a manifestações em todo o Brasil. “Nós estamos numa crescente da luta da classe trabalhadora, a CUT na vanguarda desse movimento, o que nos orgulha muito, nossa vitória na comissão que analisou a Reforma Trabalhista foi simbólica e isso nos anima. Hoje, temos certeza que podemos vencer e derrotar a reforma. Teremos ocupações de rua e grandes greves”, encerrou.
Da mesma forma, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo que reúnem, além da CUT, CTB e Intersindical, os movimentos sociais e partidos políticos, em reunião conjunta reafirmou seu compromisso com as mobilizações do próximo dia 30.
“O sucesso do dia 28 de abril já aconteceu muito por conta da participação das Frentes e o dia 30 de Junho será mais importante. Os sindicatos farão as paralisações, vão ter atividades matinais e atos na parte da tarde chamados pelos movimentos sociais”, destacou o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas.
A agenda do Governo ilegítimo tem sido atuar junto ao mercado e aos grandes empresários para tirar direitos trabalhistas e acabar com o direito de se aposentar.
“A continuidade do governo Temer ou a sua substituição por outro ilegítimo, indicado indiretamente pelo Congresso, significam a continuidade da agenda de retrocessos. Por isso exigimos a retomada da democracia com a saída imediata de Temer e com a realização de eleições diretas”, diz trecho da nota.
Para o Coordenador do MST, que faz parte da FBP, João Paulo,este é o momento extremamente importante para ir às ruas para barrarmos estes retrocessos impostos aos trabalhadores pelo governo ilegítimo de Michel Temer e seus aliados.
“Os movimentos populares se unem com as centrais sindicais para garantir que no próximo dia 30 possamos parar o Brasil e arquivarmos de vez essa Reforma Trabalhista, que pode ser votada a qualquer momento no Senado”.
A reprovação do texto da Reforma Trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais no último dia 20 mostrou que a unidade da CUT, de outras centrais e de movimentos populares na luta, na resistência e na pressão nos parlamentares para votarem a favor da classe trabalhadora estão no caminho certo.
Na próxima semana a “reforma” pra acabar com direitos trabalhistas será debatida na Comissão de Constituição e Justiça´do Senado. Caso reprovado, a proposta será arquivada, mas se passar logo em seguida será levada a votação em plenário.
O coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que faz parte da FPSM, Guilherme Boulos garante que a força do grito das ruas garantirá o enterro desta maldade contra a classe trabalhadora.
“A base do governo que parecia invencível está cheia de fissura e cheia de divisão. Temer pode fazer as maldades porque não está preocupado em se candidatar pra nada, agora os parlamentares não estão na mesma onda. Temos que pressioná-los”, garante.
As duas frentes orientam as organizações a realizar reuniões e assembleias preparatórias conjuntas nos municípios para organizar as ações do dia 30 e atuarem para paralisar a circulação em locais de impacto e visibilidade desde as primeiras horas do dia, apoiar os trabalhadores/as na paralisação dos seus locais de trabalho e realizarem atos unitários e massivos em todo o país.
Confira abaixo a íntegra das notas das centrais e das frentes:
DIA 30 DE JUNHO – VAMOS PARAR O BRASIL CONTRA A REFORMA TRABALHISTA, EM DEFESA DOS DIREITOS E DA APOSENTADORIA
As Centrais Sindicais têm acompanhado cotidianamente os desdobramentos da crise econômica, política e social, bem como a mais ampla e profunda tentativa de retirada dos direitos dos trabalhadores, através da tramitação das Reformas Trabalhista e da Previdência no Congresso Nacional.
A ação unitária das Centrais Sindicais tem resultado em uma grande mobilização em todos os cantos do país, como vimos nos dias 08 de março, 15 de março, na Greve Geral de 28 de abril e no Ocupa Brasília em 24 de maio. Como resultado do amplo debate com a sociedade e das mobilizações, conseguimos frear a tramitação da Reforma da Previdência e tivemos uma primeira vitória na Reforma trabalhista, com a reprovação na CAS (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado).
Mas ainda não enterramos essas duas reformas, e por esse motivo, continuamos em luta.
Nesse contexto, as Centrais Sindicais reunidas no dia de hoje conclamam todas as entidades de trabalhadores a construir o dia 30 de junho de 2017 e o seguinte calendário de luta:
• 27 de junho: audiência dos Presidentes das Centrais Sindicais no Senado;
• 27 a 29 de junho: atividades nos aeroportos, nas bases dos senadores e no senado federal;
• 30 de junho: Vamos parar o Brasil contra a reforma trabalhista, em defesa dos direitos e da aposentadoria;
• No dia da Votação da Reforma Trabalhista no Senado: mobilização em Brasília
Estamos certos de que a unidade de ação é crucial na luta sindical sobretudo em momentos conturbados como o que atravessamos.
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
CSP Conlutas – Central Sindical e Popular
CTB – Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil
CUT – Central Única dos Trabalhares
Força Sindical
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
UGT – União Geral dos Trabalhadores
DIA 30 DE JUNHO VAMOS PARAR O BRASIL
A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo reunidas no dia 23 de junho em São Paulo reafirmam seu apoio às greves e mobilizações convocadas para o dia 30 de junho contra a reforma trabalhista e em defesa dos direitos e da aposentadoria.
Repudiamos a reforma trabalhista que está tramitando no Senado Federal (PLC38/2017) porque ela rasga a CLT, amplia a precarização do trabalho, condena o/a trabalhador/a viver de bico, fragiliza a sua organização, a negociação coletiva, além de dificultar o acesso à Justiça do Trabalho.
A reprovação do relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, no dia 20 de junho, foi uma derrota do governo ilegítimo e demonstrou que temos condições de barrá-la.
Este foi o resultado da pressão que estamos fazendo desde o início do ano nas bases eleitorais dos parlamentares e das ações de massa que promovemos que se intensificaram em março (nos dias 08, 15 e 3) e que culminaram com a histórica greve do dia 28 de abril e com a expressiva ocupação de Brasília, realizada no dia 24 de maio.
A continuidade do governo Temer ou a sua substituição por outro ilegítimo, indicado indiretamente pelo Congresso significam a continuidade da agenda de retrocessos. Por isso exigimos a retomada da democracia com a saída imediata de Temer e com a realização de eleições diretas.
As frentes reforçam a prioridade à agenda de lutas e orientam as seguintes ações para parar o Brasil no dia 30:
– Realizar reuniões e assembleias preparatórias conjuntas nos municípios para organizar as ações;
– Paralisar a circulação em locais de impacto e visibilidade desde as primeiras horas do dia;
– Apoiar os trabalhadores/as na paralisação dos seus locais de trabalho.
– Realizar no período da tarde atos unitários e massivos em todo o país.
Contra a Reforma Trabalhista! Em defesa da aposentadoria e dos direitos!
Fora Temer!
Diretas Já!
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