Do Esquerda.net
Segundo o site Politiken, a Aliança Verde/Vermelha foi “o principal vencedor nestas eleições” municipais e regionais, triplicando a sua percentagem de voto – de 2,3% dos votos em 2009 para 6,9%. Esta vitória foi assinalada pela porta voz do partido, Johanne Schmidt-Nielsen, que frisou que “estas foram as melhores eleições locais da história da Aliança Verde/Vermelha”.
Com 29,5% dos votos, os social-democratas da primeira ministra Helle Thorning-Schmidt mantêm as principais cidades do país – Copenhagen, Aarhus, Odense e Aalborg, ainda que tenham registrado uma queda de 1,1%. O Partido Popular Socialista, que integra a coligação governamental atualmente no poder, obteve apenas 5,6% dos votos, contra os 14,5% registrados há quatro anos. O Partido Social-Liberal foi o único partido da coligação que registrou um aumento na percentagem de votos – de 3,7 % para 4,8 %.
Os liberais do Venstre, o segundo partido do país, obtiveram, por sua vez, 26,6%, assinalando uma subida de 1,8% em relação às últimas eleições. Já o partido de extrema direita Partido do Povo conquistou, pela primeira vez, lugar num dos municípios da capital, Copenhagen, e foi o terceiro partido mais bem votado nestas eleições municipais, com 10,1% dos votos, mais 2% do que em 2009. O partido neoliberal Aliança Liberal obteve 2,9% dos votos, um claro sucesso face à última eleição, em que o partido só ganhou um assento municipal. Os Conservadores regsitraram, por seu lado, o seu pior resultado: 8,6% contra os 11% de 2009.
A afluência às urnas registrou um aumento de 6,1% em relação a 2009, passando de 65,8% para 71,9%.
Segundo melhor resultado eleitoral em Copenhagen
Em Copenhagen, a Aliança Verde/Vermelha (EL) conseguiu, inclusive, obter o segundo melhor resultado, com 19,5% dos votos (contra os 10,9% obtidos em 2009), ficando com onze lugares na capital. Após intensas negociações com o Partido Social-Democrata, Partido Popular Socialista e o Partido Social-Liberal, a El conseguiu que fosse atribuído ao seu cabeça de lista, Morten Kabell, um lugar de peso na autarquia, passando a estar à frente do Departamento de Construções e Assuntos Técnicos, o que lhe permite priorizar as questões ecológicas e de criação de emprego no que respeita ao desenvolvimento da capital dinamarquesa.
Conquistando esta posição, a EL defraudou as expectativas do Partido Liberal (Venstre), que contava poder colocar a sua candidata Pia Allerslev neste lugar.
O Partido Popular Socialista foi o partido que mais recuou na capital face às eleições de 2009, caindo 12,2%. O Venstre registrou um ligeiro aumento de 2%, enquanto os sociais democratas viram a sua votação diminuir 2,1%, obtendo 27,8% dos votos.
Em Aarhus e Aalborg, segunda e terceira maior cidade da Dinamarca, respectivamente, a EL tornou-se no terceiro maior partido.
Um sucesso histórico para a Aliança Verde/Vermelha
O resultado obtido pela Aliança Verde/Vermelha foi o melhor resultado registrado pelos partidos mais à esquerda do Partido Popular Socialista desde as eleições municipais do pós-guerra de 1946.
A Aliança Verde/Vermelha conseguiu assentos em 79 municípios e em todas as regiões da Dinamarca, em vez de apenas uma presença em 10 municípios e um representante na região da capital, como aconteceu em 2009. O número total de vereadores subiu de 14 para 119 e a representação a nível regional de um para 15.
Estes resultados, que, inclusive, suplantaram todas as expectativas da própria Aliança, concedem à EL um assento na Organização Nacional dos Municípios, que negocia, com o governo, a economia dos municípios e que, mesmo com uma maioria composta por social-democratas e Partido Popular Socialista, tem tolerado os sucessivos orçamentos austeros.
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