Por Rodrigo Mathias
Desde ontem (6), centenas de estudantes estão acampados em frente ao Congresso Nacional para promover uma ocupação em defesa do investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação.
O início da ocupação coincidiu com a data que o deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR) apresentou o relatório sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) à comissão especial da Câmara dos Deputados dedicada ao tema. Pelo relatório do deputado, o governo deve investir no próximo ano 8% do PIB, ante cerca de 5% que é investido atualmente.
Essa proposta é considerada insuficiente pelos estudantes em face às necessidades da educação brasileira. Além do aumento no percentual de investimento do governo na área, as outras reivindicações do movimento são a garantia de meia entrada para os estudantes durante a Copa do Mundo e a destinação de 50% do Fundo Social do Pré-sal para a educação.
Apelidada de Ocupe Brasília, em alusão às manifestações que acontecem por todo o mundo, inspiradas no movimento estadunidense “Ocupe Wall Street”, o ato é liderado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e pela Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG).
Para a vice-presidenta da UNE e militante da Democracia Socialista, Clarissa Alves da Cunha, a diferença entre essa ocupação e os movimentos semelhantes ao redor do mundo é que o acampamento brasileiro pode se focar em pautas positivas devido ao momento pelo qual o país passa:
“Diferente dos movimentos na Europa e nos EUA, nossas reivindicações partem de um outro patamar de disputa, onde os movimentos sociais são efetivamente ouvidos e estão mais organizados para exigir novos direitos. Nós concordamos que o país tem passado por muitos avanços em termos de políticas sociais, nos últimos anos, mas achamos que ainda existe espaço para maiores conquistas”, afirmou.
Já o diretor de Políticas Estudantis da entidade e também militante da DS, Estevão Cruz, vê o movimento como um desdobramento necessário de pressão dos setores progressistas da sociedade, na direção de um país mais justo e solidário. Para ele, a combinação de um governo progressista com movimentos sociais ativos é o caminho para a construção da revolução democrática no Brasil.
* Rodrigo Mathias é jornalista e editor do site da DS.
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