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FARC pedem adiamento de eleições e convocação de Assembleia Constituinte

Do O783573pera Mundi

Depois de terem declarado, no último sábado (08), que as negociações de paz estão “no limbo” por culpa de Juan Manuel Santos, as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) inauguraram na última terça-feira (11), em Havana, o debate sobre sua participação política com a proposta de adiar em um ano as eleições colombianas e convocar uma Assembleia Constituinte. O governo de Santos, entretanto, recusou categoricamente essa abordagem.

A proposta das FARC é que o governo adie em um ano, e sem reeleição presidencial, o pleito previsto para 2014, tendo por objetivo “antepor o interesse coletivo da paz a qualquer outra circunstância que rarefaça o fim que nos convocou em Havana”.

A convocação de uma Assembleia Constituinte seria necessária “para encontrar uma verdadeira solução ao conflito com a decisiva participação do povo”, segundo uma declaração lida perante a imprensa por Ivan Márquez, número 2 da guerrilha e chefe da equipe negociadora.

As FARC temem que o processo eleitoral “maltrate, murche ou aniquile para sempre as esperanças de reconciliação”, por conta dos prazos que o governo coloca para culminar as conversas de paz, no final deste ano.

A equipe negociadora do governo rejeitou rapidamente um adiamento eleitoral e pediu à guerrilha que se concentre na agenda estabelecida para os diálogos. “Não devemos nos distrair com propostas que pouco contribuem à clareza como ocorre com o suposto prolongamento do período das eleições e com uma Constituinte”, declarou Humberto de la Calle, líder da delegação governamental.

De la Calle também afirmou que a transformação de grupos rebeldes em um movimento político legal é um “elemento comum” em processos de paz de diversos países.

Já o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, declarou que é melhor que as FARC façam política do que disparem balas. “É melhor ter guerrilheiro falando que disparando. Guerrilheiros pensando 24 horas em fazer maldades é muito negativo para a democracia colombiana”, afirmou.

Ele disse ainda que é possível que ‘inimigos da paz” tentem sabotar as negociações, ao aumentar os assassinatos e as ameaças no país.

Sobre a proposta dos rebeldes, ele pontuou que “o governo tem que escutar as FARC e vice-versa para, ao final, construir um acordo”, mas ressaltou que a guerrilha “não pode pedir o impossível ao governo”.

A conversa de hoje representou a volta do governo e das FARC à mesa de negociações instalada em Cuba após o estabelecimento de um acordo sobre a questão agrária no último dia 26.

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