Do Opera Mundi
Na semana em que o Congresso dos EUA será protagonista por votar o apoio à intervenção na Síria, outro assunto militar também pode aparecer na pauta dos parlamentares norte-americanos. Isso porque, antes do recesso, 40 congressistas apresentaram na Câmara dos Deputados o projeto de lei HR 1989, ou Lei de Revisão do Treinamento de Soldados Latino-Americanos 2013, que pretende suspender as operações da Escola das Américas, hoje chamada Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança (WHINSEC, por sua sigla em inglês).
A proposta também propõe realizar uma investigação sobre a conexão entre a formação militar externa dos Estados Unidos e os abusos contra os direitos humanos, já que diversos “graduados” da Escola das Américas são acusados em processos judiciais por esse tipo de violação.
“Estou orgulhoso de apresentar uma vez mais esta importante legislação. É hora de suspender as operações de treinamento militar na América Latina e no Caribe. Estou contente em saber que muitos dos meus colegas se unem neste esforço”, disse o representante Jim McGovern.
A Escola das Américas foi notícia em 1996, quando o Pentágono publicou manuais de treinamento que eram usados na academia militar e defendiam o uso da tortura, da extorsão e a execução. Centenas de seus alunos estão envolvidos em abusos contra diretos humanos e na formação de esquadrões de morte. Além disso, 11 ditadores militares latino-americanos, entre eles Manuel Noriega, do Panamá, Hugo Banzer, da Bolívia, Efraín Ríos Montt, da Guatemala, e Jorge Rafael Videla, da Argentina, frequentaram a Escola das Américas.
Os líderes da tentativa de golpe de Estado de 2002, na Venezuela, e do golpe de Estado de 2009, em Honduras, também foram alunos da instituição.
Em novembro, dos dias 22 a 24, milhares de pessoas vão se reunir novamente na porta da Escola das Américas, no Fort Benning, na Geórgia, nos Estados Unidos, em memória dos que foram assassinados pelos ali graduados e para exigir o fechamento da instituição.
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