Nota da Coordenação Estadual da Democracia Socialista – RS
A Democracia Socialista, tendência interna do PT, tem a compreensão de que desde a primeira eleição de Lula para a presidência iniciamos no país um novo período histórico, um processo de construção coletiva de uma nova hegemonia social, através da revolução democrática. Neste sentido, em nossa X Conferência Nacional, realizada em 2011 afirmamos, entre outras, as seguintes questões:
1) Ao receber por três vezes o apoio para governar o Brasil, o PT solidificou, soldou e atualizou a sua condição histórica de principal expressão, na frente plural de representação, das grandes tradições de luta do povo brasileiro. É exatamente esta consciência histórica de encarnar tradições e utopias de transformação do Brasil que aguça o sentido da nossa responsabilidade sobre os possíveis futuros do Brasil.
2) O programa da revolução democrática não é idêntico a um programa socialista da revolução, na medida em que sua centralidade não está apoiada na superação imediata do sistema capitalista. Mas ao ser dirigida por um partido do socialismo democrático; ao se apoiar no próprio processo de emancipação dos trabalhadores e dos setores oprimidos, como os negros, as mulheres e os LGBTs; ao ser crítico e alternativo aos valores liberais, ao modelo depredador da natureza, à supremacia do poder dos capitalistas na democracia brasileira; ao estabelecer uma profunda solidariedade com as lutas dos povos oprimidos de todo o mundo, esta revolução democrática estabelece uma dinâmica social, uma lógica e uma relação histórica permanente com a sociedade socialista democrática que sonhamos e lutamos por construir.
3) A criação da CSD foi uma decisão do Ativo Sindical da Democracia Socialista, realizado em 2001, de extinguir-se enquanto setorial, criando uma corrente sindical interna à CUT, para disputar seus rumos. Nosso objetivo, com essa definição, é formar uma vanguarda ampla do movimento sindical combativo CUTista.
4) Um/a militante da DS se destaca pelo compromisso que assume com os princípios e diretrizes que norteiam nossa tendência. Quer esteja no Poder Executivo, no parlamento, nos movimentos sociais, nos sindicatos ou na CUT, atuará sempre na mesma perspectiva: avançar a revolução democrática, introduzir valores socialistas em suas ações, atuar de forma democrática, construir nossa tendência.
5) A aposta numa corrente sindical só se justifica quando ela combina concepção sindical com concepção política; quando tem capacidade de propor, intervir e atuar de forma coletiva; quando sua identidade se expressa em uma prática e em posições políticas comuns; quando as diferenças internas não levam a um imobilismo. Somos uma tendência militante, democrática e socialista.
Desde então, uma pequena minoria de militantes, que teve suas teses derrotadas nas conferências nacional e estadual da DS, vem operando em sentido contrário às nossas deliberações coletivas. Fazem parte desta marcha na contramão da história os seguintes fatos: caracterização dos governos Dilma e Tarso como neoliberais e traidores; não participação nos fóruns de discussão chamados pela DS e pelo PT, eximir-se de contribuir para a sustentação financeira e material da CSD, não participação na conferência nacional da CSD.
Sabendo-se minoria, o grupo não participa das decisões da Tendência para eximir-se do compromisso com as mesmas, atuando de forma autonomista. Essa prática extremamente autoritária e anti-democrática vem sendo camuflada de um lado através do discurso da autonomia e independência do movimento frente aos partidos e dos governos e, de outro lado, através de um discurso da vitimização.
Repudiamos essas práticas por entendê-las como anti-socialistas, uma vez que se valem dos mecanismos de falsear os fatos e repetir continuamente inverdades. Ao longo da história este mecanismo foi usado para oprimir a classe trabalhadora e derrubar governos populares em diferentes partes do mundo. E na atual conjuntura serve para apartar a classe trabalhadora do processo de revolução democrática que vivemos no Brasil, condenando, desta forma nossa classe à esterilidade e à submissão politica face aos variados partidos burgueses.
O aprofundamento do processo de descolamento da correlação de forças em favor do povo trabalhador e dos oprimidos que temos vivido nos últimos anos no Brasil, a continuidade e a expansão da revolução democrática brasileira com a realização das reformas democráticas e populares capazes de alterarem as bases liberais do Estado brasileiro cobra a existência de um forte movimento de massas e de potentes lutas sociais no País. Essa caminhada exige que, a partir da CUT chamemos o conjuntos dos movimentos sociais em torno do desafio de organizar um movimento nacional de massas em prol de reformas democráticas e populares que façam frente ao grande capital e ao imperialismo com uma plataforma de, por exemplo, a redução da jornada de trabalho, o fim da demissão imotivada, a reforma politica e o questionamento as privatizações das empresas públicas realizadas pelos governos neoliberais.
É neste contexto que a Democracia Socialista conclama a sua militância a somar todos os esforços na candidatura do companheiro Gimenis à presidência da CUT-RS. O companheiro Gimenis representa a chapa da CSD na defesa das posições aprovadas na Conferência Nacional da CSD, bem como as posições da nossa corrente política aprovadas nas conferências estadual e nacional da Democracia Socialista.
Militante histórico da Democracia Socialista, do movimento sindical bancário, dirigente da CUT/RS, o companheiro Gimenis representa a tradição do sindicalismo combativo, de lutas e classista. É a garantia de levarmos para a CUT o debate da revolução democrática, que luta pelos direitos da classe trabalhadora mas que sabe reconhecer avanços, que sabe identificar onde estão os aliados e onde estão os inimigos. Por uma CUT de lutas e presente, Gimenis presidente!
Porto Alegre, 19 de março de 2012
Coordenação Estadual da Tendência Democracia Socialista – PT
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