Nota da Associação de Juristas Pela Democracia
O congolês Moïse Kabamgabe, de 25 anos, foi brutal e barbaramente assassinado segunda-feira (24) no Rio de Janeiro.
O jovem e sua família vieram para o Brasil em 2014, como refugiados políticos.
Moise trabalhava por diárias no quiosque Tropicália, próximo ao posto 8 da praia da Barra e, de acordo com a família, quando foi cobrar dois dias de pagamento atrasado apanhou pelo gerente do estabelecimento e outros cinco homens. Foi agredido a socos, pontapés, golpes com pedaço de madeira, teve os pés e mãos amarrados com um fio e foi espancado com um taco de baseball. Foi encontrado por policiais amarrado, deitado ao chão, morto.
O assassinato brutal e covarde de Moïse Kabamgabe é outra das muitas expressões do racismo estrutural da sociedade brasileira e compõe o cenário de ataque aos direitos dos trabalhadores inaugurado com o golpe de 2016.
A violência dos que atacaram, amarraram e mataram Moïse Kabamgabe é própria dos que tratam aos trabalhadores como pessoas sem direitos, de racistas que se portam como senhores de escravos e capitães do mato, de uma cultura de ódio contra imigrantes.
Prestamos nossa solidariedade aos familiares, a comunidade congolesa e negra.
A AJURD exige rigorosa investigação policial dos fatos para que os responsáveis sejam levados a Juízo e punidos.
Chega de violência contra os trabalhadores.
Basta de racismo.
Justiça para Moise Mugenyi.
Associação de Juristas Pela Democracia – AJURD
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