Lula é um dos raros estadistas da atualidade e um dos maiores líderes populares do mundo contemporâneo.
A voz do Lula tem enorme ressonância na geopolítica mundial. Além da respeitabilidade e autoridade política conquistadas na cena internacional, Lula é o chefe de Estado de um país com a relevância do Brasil que atualmente exerce a presidência rotativa do G20 e integra o grupo fundador dos BRICS.
A posição expressa por Lula, dando o nome real à tragédia terrível que vive o povo palestino, similar à vivida por judeus sob o nazismo de Hitler, se tornou uma baliza mundial sobre o extermínio do povo palestino.
Aliás, no veredito provisório de 26 de janeiro, a Corte Internacional de Justiça [CIJ] da ONU reconheceu as graves violações da Convenção sobre a prevenção e punição do crime de genocídio por parte de Israel – ou seja, confirmou o extermínio em curso.
Apesar da decisão da CIJ, os EUA e outros países mantiveram-se inertes diante do agravamento da situação.
É uma trágica ironia da história Israel desrespeitar a Convenção do direito internacional criada pelas Nações Unidas em 1948 justamente em resposta ao Holocausto de judeus pela Alemanha nazista.
Lula colocou no centro da agenda da ONU a responsabilidade ética de o mundo interromper urgentemente a matança israelense nos territórios palestinos, onde pelo menos uma criança palestina é exterminada a cada 13 minutos e outra é aleijada a cada 2 horas e meia.
Nenhum líder mundial, nem mesmo dos EUA e de Taiwan, caninos defensores de Israel, se solidarizaram com Bibi Netanyahu, o comandante-em-chefe da limpeza étnica, pela declaração do Lula.
E, por outro lado, a caracterização do Lula sobre a natureza do regime nazi-sionista não foi contestada por nenhum líder mundial, porque sabem que Lula tem razão.
Há um reconhecimento tácito da pertinência da denúncia do presidente brasileiro.
É inevitável a analogia relativa entre a realidade das vítimas de Netanyahu no Gueto de Rafah com a realidade dos judeus na Alemanha nazista dos anos 1933/1945.
É urgente a necessidade de intervenção para deter a fúria de Israel antes da “solução final”; ou seja, antes de se consumar o extermínio total dos palestinos.
Este é o significado do apelo humanitário feito por Lula, e que o Conselho de Segurança da ONU finalmente poderá escutar.
Pela primeira vez os EUA, depois de vetaram todas as resoluções anteriores de cessar-fogo na Faixa de Gaza, finalmente agora propuseram a medida. E também a proibição de Israel seguir a agressão terrestre em Rafah, que pode causar a carnificina de 1,5 milhão de palestinos.
A aprovação, nesta terça-feira, 20/2, da resolução do Conselho de Segurança da ONU, se confirmada, consagra a política externa brasileira e confirma o acerto da posição perseverantemente defendida por Lula.
Lula fincou uma baliza no debate mundial sobre a monstruosidade do governo israelense.
O mundo inteiro, até mesmo o grupo de governos cúmplices de Israel, tem consciência sobre os horrores nazi-sionistas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada.
É urgente deter essa infâmia.
Jeferson Miola é analista político.
Originalmente publicado em seu blog.
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