Neste último domingo, 14/06, veio a falecer o sambista Claudinho Guimarães, vítima de um infarto em sua residência. Conhecido no mundo do samba como “gente boa”, um personagem de sorriso fácil e grande coração humano. Flamenguista doente, nos deixa cedo, aos 50 anos.
Integra a ala de uma nova geração do samba. Iniciou a carreira no Rio como percussionista, seu instrumento, o pandeiro. Figura presente nas rodas de samba nas noites da Lapa junto com nomes já badalados. Figura inquieta se dedica a música e aprende a tocar cavaquinho, novo instrumento que irá acompanha-lo até o fim.
No início dessa década, destaca-se como compositor. Emplaca músicas que fazem sucesso na voz de importantes artistas. Quando a Gira Girou (Zeca Pagodinho), Mangueira é Mãe (Alcione) e Da Melhor Qualidade (Beth Carvalho), são alguns exemplos. Inicia nesse momento sua carreira solo e lança o CD Luz de Criador . Figura atuante marcou presença no famoso Quintal do Pagodinho, referência do samba, com figuras do naipe de Paulinho da Viola, Diogo Nogueira e Moacyr Luz. Arregimentava em seus shows uma banda “nervosa”, com forte percussão e a presença de metais.
Foi um militante político. Era do PT! Compositor do samba Lula Livre, que na voz de Beth Carvalho -possivelmente a última música cantada por ela- animou os atos de rua no período. Uma de suas últimas composições versava sobre a importância do isolamento social nessa pandemia, e trazia uma homenagem a todos os profissionais da saúde envolvidos no combate a praga.
Morou nos últimos anos em Itaipuaçu, distrito de Maricá. Coordenava na prefeitura o curso de percussão e cavaco do Projeto Cultura de Direitos da Secretaria de Participação Popular.
Figura fácil nas noites de Maricá. Numa dessas, há um mês antes do início da quarentena, o encontrei no meu ponto de cerveja. Vinha de uma aula do Projeto Cultural na Pedreira, região do centro. Bebemos ali nossa última juntos.
Descanse em paz camarada!
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