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Morre o cientista político Carlos Nelson Coutinho

379947Faleceu na noite desta quarta-feira (19) o intelectual marxista Carlos Nelson Coutinho. Coutinho era professor titular de Teoria Política na Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ESS–UFRJ). Conhecido no Brasil e no exterior como um dos maiores especialistas na obra de Antonio Gramsci, foi responsável pela edição brasileira dos “Cadernos do cárcere” (Civilização Brasileira, 1999-2002).

Um dos mais reconhecidos estudiosos marxistas do Brasil, Coutinho consagrou-se também por traduzir e difundir o pensamento de György Lukács no país.

Carlos Nelson Coutinho é autor de vários livros, entre os quais: “Gramsci. Um estudo sobre seu pensamento político” (Civilização Brasileira, 3. ed., 2007), “Contra a corrente: ensaios sobre democracia e socialismo” (Cortez, 2. ed., 2008) e “O estruturalismo e a miséria da razão” (Expressão Popular, 2. ed., 2010). Em 2011, Coutinho lançou, pela Boitempo Editorial, a coletânea “De Rousseau a Gramsci: ensaios de teoria política”.

Coutinho nasceu em Itabuna, na Bahia, em 1943. Ele estudou direito, pois, segundo o ele mesmo declarou em uma entrevista a Revista Caros Amigos – em fevereiro deste ano – era onde se fazia política. “O primeiro ano da faculdade foi até interessante porque tinha teoria geral do Estado, economia política, mas quando entrou o negócio de direito penal, direito civil, ai eu vi que não era a minha e fui fazer filosofia”, disse à revista. Coutinho se formou em filosofia na Universidade Federal da Bahia, em 1965. Comunista, desde que leu “O Manifesto Comunista” pela primeira vez, Coutinho entrou no PCB aos 17 anos, onde permaneceu até 1982. Se filiou ao PT no final da década de 80 e permaneceu no partido até 2004, quando saiu para ser um dos fundadores do PSOL.

Em uma de suas últimas entrevistas, para a Caros Amigos, Coutinho defendeu a atualidade de Marx e reafirmou o que disse em seu polêmico artigo “Democracia como valor universal”, publicado há 30 anos: “Sem democracia não há socialismo, e sem socialismo não há democracia”

Em junho deste ano, a Escola de Serviço Social da UFRJ lhe concedeu o título de Professor Emérito. No próximo sábado (22), a Boitempo Editorial prestará uma homenagem a ele no encerramento do III Curso Livre Marx-Engels, após a aula proferida por Michael Löwy.

O corpo de Carlos Nelson Coutinho será velado hoje (20) no átrio do Palácio Universitário, no Campus da Praia Vermelha, e cremado amanhã de manhã (21), no cemitério do Caju.

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* Com informações do Blog da Boitempo e do site da UFRJ

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