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O governo mais rejeitado da história

Leia aqui artigo de Marco Aurélio Weissheimer sobre a crise permanente que assombra o governo tucano no Rio Grande do Sul. A crise se reflete também na profunda desaprovação do povo gaúcho em relação à governadora que se elegeu prometendo “um novo jeito de governar”: o Datafolha revelou que 88% da população gaúcha quer a CPI da Corrupção e, desses, 70% já consideram a hipótese de impeachment.

Marco Aurélio Weissheimer *

O Datafolha revelou que o governo Yeda é o mais rejeitado da história. Não do Rio Grande do Sul, mas do Brasil. Sim, porque segundo o diretor geral do instituto, Mauro Paulino, nunca, antes, na história desse país, tanta gente avaliou como ruim ou péssimo o desempenho de seu governante. Pois Yeda conseguiu: 51% dos gaúchos consideram sua administração malíssima ou ordinária.Mas em se tratando de Yeda, tudo que é ruim sempre pode ficar pior: o Datafolha revelou também que 88% da população gaúcha quer a CPI da Corrupção e, desses, 70% já consideram a hipótese de impeachment da governadora. Sim, impeachment! Isto tudo, dois dias depois de o jornal Zero Hora publicar uma pesquisa com números muito semelhantes.

Parece não haver mais dúvida de que o povo gaúcho não aguenta mais a governadora que se elegeu prometendo um novo jeito de fazer política. A avaliação faz lógica com a realidade pois, passados dois anos e meio, o que se viu do governo tucano foi o que há de mais velho na política brasileira: compadrio, desvio de dinheiro público, falta de transparência e desfaçatez. Novo mesmo só alguns dos personagens envolvidos; parte deles já estava por aí, fazendo as mesmas coisas, há muito tempo.

Também faz sentido que a área de pior avaliação no governo Yeda (afora ela própria) seja a da Segurança Pública. Nesses dois anos e meio, aconteceram quase uma dezena de trocas de comando, seja na cúpula da própria Secretaria da Segurança, seja nos seus principais órgãos, Brigada Militar, Polícia Civil e Susepe. Mesmo que houvesse uma política de segurança estabelecida, a dança das cabeças tornaria muito difícil a execução. O problema é que, nesta área, a combinação entre incompetência, irresponsabilidade e instabilidade resulta em morte. Não foi por acaso que no ano passado o Rio Grande do Sul bateu seu próprio recorde de assassinatos, mais de 1.600. Não é por acaso, então, que o caos está instalado no sistema carcerário gaúcho que vive uma inédita situação: o Judiciário sugerindo um rodízio de presos. O governo Lula colocou à disposição de Yeda 44 milhões de reais para a construção de presídios mas o governo gaúcho não conseguiu erguer nenhum.

Esta incapacidade de realização fica ainda mais evidente quando se descobre que no primeiro quadrimestre de 2009, depois de toda a propaganda que o governo tucano fez em torno do orçamento realista e do déficit zero (que possibilitaria, enfim, investimentos), apenas 10% do previsto foi realizado. São dados que destroem a única retórica que restava aos defensores deste governo, que Yeda seria ruim de política mas boa de administração. Os números estão aí a provar: nem uma coisa, nem outra.

* Texto publicado no blog RS Urgente (http://rsurgente.opsblog.org/) em 4 de junho de 2009.

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