Mitã Chalfun; Mirelly Cardoso; Léa Marques.
Desde as manifestações de Junho do ano passado os movimentos sociais organizados convocaram o Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. O plebiscito tem como meta principal dialogar com a população brasileira da necessidade urgente de uma reforma política no Brasil. Ao longo desse período o plebiscito ganhou força e chegou a todo canto do país, fazendo o importante debate de uma reforma política que democratize a política brasileira. O plebiscito entra na sua semana decisiva com muita força e representatividade. Presente em todos os estados, ele conclama a população brasileira a responder a pergunta: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político?”, em votação que ocorre de 01 até 07 de setembro. Vamos às urnas votar sim!
A importância de uma reforma política é muito grande, se pararmos para analisar percebemos que a reforma política é a reforma mais importante para o Brasil. Hoje no congresso nacional somente 3% dos deputados (as) são jovens entre 18 a 29 anos de idade, sendo que a juventude representa 40% da população brasileira. Com as mulheres não é diferente, somente 9% dos deputados (as) são mulheres, sendo que mais da metade da população é de mulheres. Essa sub-representação de jovens, mulheres, negros (as) não é por acaso.
A nossa política é representativa e não participativa, isso, faz com que a maioria da população se afaste da política e não participe dos espaços de decisão. Nos últimos anos, tivemos um aumento de mecanismos que ampliaram a participação popular, um exemplo são as conferencias em diversas áreas, como a de educação. Tivemos também a criação de diversos conselhos, onde destaco o conselho de juventude e mais uma vitória recentemente que foi a criação do sistema nacional de participação social. Essas conquistas são muito importantes para democratizar os espações de decisões políticas, mas é preciso ir além. Temos que radicalizar a participação realizando mais plebiscitos, referendos e construir mais canais de participação popular.
Toda essa política se estrutura por causa do capital privado nas campanhas eleitorais. Hoje no Brasil é permitido que grandes empresas doem para campanhas eleitorais, isso faz com que grandes corporações financiam as campanhas, e aí, como diz o velho ditado quem paga a banda escolhe a música. Por isso, é importante o financiamento público de campanha eleitoral para que o compromisso dos (as) candidatos (as) seja sempre com o povo e não com as empresas.
Esses são alguns motivos que colocam no centro a importância da reforma política. Porem sabemos que esta só será conquista através de uma constituinte exclusiva e soberana pois esses que estão no congresso hoje não irão fazer uma reforma deles mesmos. É importante também que toda a população participe desse processo da reforma política. É por esses motivos que os movimentos sociais estarão nas ruas essa semana recolhendo votos que defendem a reforma política através de uma constituinte. Vamos juntos e juntas construir uma nova cultura política para o Brasil, vamos mobilizar o país inteiro em defesa da reforma política. Plebiscito já!!! Constituinte já!!! Reforma política já!!!!
Mitã Chalfun é Vice-Presidente da União Nacional dos Estudantes;
Mirelly Cardoso é Diretora de Universidades Públicas da UNE;
Léa Marques é Assessora de Juventude da CUT.
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