LAURO MATTEI
Em outra entrevista recente, Armínio Fraga – indicado ministro da Fazenda caso o PSDB vença o segundo turno das eleições presidenciais – fez mais afirmações reveladoras de suas proposições macroeconômicas para o país. Para ele, um certo nível de desemprego é saudável para a economia brasileira. Talvez o candidato a ministro estivesse com saudades de seu tempo de presidente do Banco Central no segundo governo FHC, quando as taxas de desemprego cresceram bastante, conforme veremos na sequência.
O desemprego nos governos do PSDB (FHC – 1995/2002)
Assim que tomou posse no mês de janeiro de 1995, FHC fez um discurso afirmando que uma de suas missões seria acabar com a “era Vargas”. Mantendo a análise restrita no campo do mercado de trabalho, nota-se que ele cumpriu a promessa, uma vez que o crescimento vertiginoso do desemprego foi uma de suas marcas. Assim, observa-se que o desemprego passou de 6,1% no início de seu primeiro mandato (1995) para 9,2% em 1998 e 12,3% no último ano de seu segundo mandato (2002). Em termos agregados, isso significou aproximadamente um milhão de desempregados para cada ano de mandato do governo FHC.
Além disso, a taxa de informalidade da População Economicamente Ativa (PEA) atingia quase 2/3 dos ocupados, implicando em uma precarização das relações de trabalho no país.
A política econômica da época – orientada pelo credo liberal – afirmava que os empregos formais não cresceram porque a formalização era muito cara aos empresários. A saída então foi flexibilizar as relações de trabalho, o que na prática significou cortes nos direitos trabalhistas. Mesmo assim, os resultados foram pífios, uma vez que ao longo de oito anos de mandato foram gerados apenas 5 milhões de empregos formais.
O desemprego nos governos do PT (LULA-DILMA, 2003-2014)
Neste período foram contestados todos os credos liberais, uma vez que ocorreu um forte crescimento do emprego formal. Com isso, as taxas de desemprego foram reduzidas de 12,3% para 6,7% entre 2003 e 2010, último ano de mandato do governo Lula. Já no governo Dilma, esta taxa caiu ainda mais, fechando em 5,4% no ano de 2013, a menor taxa desde o início dessa mensuração.
Paralelamente a isso, observa-se que a taxa de informalidade foi reduzida durante os governos Lula para 46% da PEA no último ano de seu mandato. Já no governo Dilma, essa taxa caiu ainda mais, se situando atualmente ao redor de 40%.
Assim, nos dois governos Lula foram criados 15,3 milhões de empregos formais. No governo Dilma, até o momento, já foram criados mais de 5 milhões, valores que somados ultrapassam a 20 milhões de empregos formais criados nos últimos 12 anos.
As informações acima revelam quem efetivamente governa com compromissos com os trabalhadores brasileiros. É inegável que os governos Lula e Dilma estabeleceram uma nova trajetória em termos de geração e ampliação do emprego no país, sendo que hoje o Brasil apresenta uma das mais baixas taxas de desemprego do mundo, mesmo diante de uma crise econômica global vigente desde 2008. Essas são conquistas dos trabalhadores que novamente estão sob a ameaça do credo liberal. Vejamos os motivos.
As propostas atuais do PSDB, segundo seu estafe econômico
Partindo do diagnóstico de que a partir de 2015 é necessário um pesado ajuste fiscal para que a inflação fique no centro da meta, o candidato a ministro da fazenda está propondo um ajuste fiscal semelhante ao realizado durante o segundo governo FHC.
A receita liberal é clara neste sentido: redução dos gastos públicos, diminuição do crédito ao consumo e aumento das taxas de juros. A consequência imediata desse receituário já é conhecida do povo brasileiro: aumento das taxas de desemprego, arrocho dos salários e redução do crescimento econômico.
É ISSO QUE VOCÊ QUER NOVAMENTE PARA O BRASIL?
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