O presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), afirmou nesta terça-feira (27/1) em La Paz que a oposição boliviana é “irresponsável e criminosa”.
Chefe da delegação do Mercosul enviada para acompanhar o referendo do último domingo (25/1), o parlamentar brasileiro criticou posturas como a da governadora do departamento (Estado) de Chuquisaca, Savina Cuéllar, que em discurso pregou publicamente o “desacato” aos resultados do referendo.
“Já estive por diversas vezes na Bolívia nos últimos anos, e posso dizer seguramente que a oposição aqui age de forma irresponsável e, às vezes, até mesmo criminosa”, afirma Dr. Rosinha. “Se o referendo foi aprovado pelo poder Legislativo e foi realizado de forma transparente, não há como refutá-lo.”
Conforme dados oficiais da Corte Nacional Eleitoral (CNE), com 86,4% das urnas apuradas, o “sim” ao texto da nova constituição do país vencia com 61% dos votos válidos, contra 39% do “não”.
Os resultados parciais apontam ainda que aproximadamente 80% dos eleitores bolivianos optaram pelo limite de cinco mil hectares para as propriedades rurais, enquanto apenas 20% votaram no limite de dez mil.
O percentual de comparecimento dos eleitores às urnas gira em torno de 90%.
“A oposição deveria abandonar suas teses golpistas. Ao invés de tentar manipular a opinião pública, deveria se preparar para disputar as eleições de dezembro deste ano”, observa Dr. Rosinha.
O convênio de observação eleitoral assinado pelo Mercosul com o governo da Bolívia —o primeiro dessa natureza em toda a história do bloco sul-americano— dura até o fim de janeiro.
Durante esse período, o deputado Dr. Rosinha permanece no país. “O resultado final do referendo deve sair no prazo de uma semana, a não ser que seja preciso refazer a eleição em algumas urnas”, afirmou o presidente do Parlasul.
Sugestões à CNE
O presidente do Parlamento do Mercosul entregou ontem à CNE um documento com sugestões para o aperfeiçoamento dos processos eleitorais na Bolívia.
Entre as sugestões está a instalação de mesas fixas de informações em cada um dos locais de votação. No referendo do último domingo, havia apenas um funcionário para orientar as pessoas, e ele se movimentava pelas diversas seções eleitorais.
Outra sugestão é a utilização das agências de correio para a justificativa do voto das pessoas em trânsito, como acontece no Brasil, por exemplo.
• Apuração dos votos do referendo, em tempo real:
http://www.cne.org.bo/ResultadosRNC2009/wfrmConstituyente.aspx
• Agencia Boliviana de Información:
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