Notícias
Home / Conteúdos / Artigos / Os fracos que se cuidem

Os fracos que se cuidem

DR. ROSINHA

Llewelyn Moss (Josh Brolin), veterano da guerra do Vietnã, agora caçador, chega ao local do conflito, encontra uma valise de dinheiro e todos assassinados.

A partir daí, passa a ser perseguido por um psicótico, Anton Chigurh (Javier Bardem), cujo prazer é matar. Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones), o xerife da localidade, chega ao local do crime depois de Moss e Chigurh.

“No Country for Old Men”, traduzido para o português como “Onde os fracos não têm vez”, tem tanto no título em inglês como na tradução a mesma simbologia. Se é um país para os velhos homens, significa que as mulheres não têm vez, e que os velhos homens, pela própria história norte-americana, são fortes. Se é para os fortes, todos os que demonstram franqueza não têm vez. E assim é o filme.

É uma sucessão de violência e agressividade sem razão, desempenhada por um psicótico (Anton Chigurh), como muitos casos verdadeiros nos EUA. É mais um “serial killer” que comete massacres nos Estados Unidos.

Na história, as mulheres têm um papel secundário. Ou melhor, cumprem o papel do cotidiano. Apóiam os maridos e não participam da vida dos mesmos. É assim com Carla Jean Moss (Kelly Macdonald).

Há um raro momento no filme que dá a impressão de existir algum carinho entre Llewelyn e Carla Jean Moss, quando no ônibus se despedem. No mais, é um relacionamento duro, como deve ser no país onde os fracos não têm vez.

No filme aparecem alguns momentos de crítica àquele período (década de 1980). Um deles, quando Llewelyn diz a Carla que ela vai deixar de trabalhar na Wal-Mart. Outro, quando o xerife de El Paso (Rodger Boyce) critica os costumes (cabelos pintados e piercing) da juventude.

O melhor do filme é o desempenho impecável de Javier Bardem (Oscar de melhor ator coadjuvante). Além disso, tem uma boa fotografia e algumas boas tomadas de câmara aberta. No mais, não consigo entender como este filme conseguiu levar 4 estatuetas do Oscar.

Talvez os prêmios do Oscar sejam porque o filme retrata o comportamento do “old men” norte-americano, que compra uma arma de uma maneira fácil, anda armado até os dentes e sente-se “macho”.

Dr. Rosinha, médico pediatra, é deputado federal (PT-PR) e vice-presidente do Parlamento do Mercosul.
dr.rosinha@terra.com.br
www.drrosinha.com.br

Ficha técnica
Título Original: No Country for Old Men
Direção: Ethan Coen e Joel Coen
Elenco
Tommy Lee Jones (Ed Tom Bell)
Javier Bardem (Anton Chigurh)
Josh Brolin (Llewelyn Moss)
Woody Harrelson (Carson Wells)
Kelly Macdonald (Carla Jean Moss)
Garrett Dillahunt (Wendell)
Tess Harper (Loretta Bell)
Barry Corbin (Ellis)
Beth Grant (Agnes)
Kit Gwin (Molly)
Rodger Boyce (Xerife de El Paso).

Veja também

Reconstituir o sujeito | Luiz Marques

O tema da “sujeição” passa por Etiénne de La Boétie, em A servidão voluntária (1577). …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comente com o Facebook