Reproduzimos abaixo a nota da ABGLT sobre as declarações feitas pelo Governador do Ceará, Cid Gomes, na última quarta-feira (10). A nota é assinada pelo Presidente da entidade, Toni Reis.
NOTA OFICIAL DA ABGLT SOBRE AS DECLARAÇÕES DO GOVERNADOR CID GOMES
A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) – é uma entidade de abrangência nacional que atualmente congrega 257 organizações congêneres e tem como objetivo a defesa e promoção da cidadania desses segmentos da população. A ABGLT também é atuante internacionalmente e tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas.
Desde sua fundação em 1995, além de atuar na promoção e defesa dos direitos humanos, a ABGLT tem atuado em parceria com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, no enfrentamento da epidemia do HIV/aids e das DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis.
As DST representam um grave problema para a saúde pública no Brasil e no mundo inteiro e não devem ser objeto de comentários mal intencionados feitos por autoridade pública para se referir a rivais políticos, ou a qualquer ser humano.
O trocadilho feito pelo governador do Ceará, Cid Gomes, e veiculado na imprensa esta semana em relação à tendência Democracia Socialista (DS) do Partido dos Trabalhadores, substituindo a sigla DS por DST e atribuindo esta condição à prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins e ao candidato a sucessão, Elmano Freitos, por serem dessa tendência, não foi digno da maior autoridade pública do estado do Ceará e se constitui em um péssimo exemplo para a população. Tratar as DSTs como uma piada é desrespeitoso e fundamentalmente irresponsável. O estigma associado às DSTs já dificulta a contenção da epidemia, fazendo com que as pessoas não procurem diagnóstico e tratamento nos serviços de saúde. O infeliz comentário do governador serviu para referendar o estigma e agravar este quadro, além de insultar levianamente outro partido político e as pessoas que o integram.
Não queremos ser o ombudsman do politicamente correto. Não queremos menos do que o direito à igualdade. Queremos o respeito às pessoas, independente de quem sejam. As eleições devem se pautar pela cidadania, no campo das ideias e não abaixo da cintura.
14 de outubro de 2012
Toni Reis
Presidente
ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
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