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Passo-a-passo se constrói uma nova juventude

Neste domingo, dia 21 de setembro, terminou na capital paulista a I Caravana Nacional da JPT. Em uma jornada de 37 dias, a Juventude do PT percorreu o Brasil de norte a sul, divulgando a plataforma nacional da JPT para as eleições 2008, pautando o tema juventude nas campanhas petistas e incentivando as candidaturas jovens.

CARLA BEZERRA E EDUARDO VALDOSKI

A Caravana é uma das conseqüências do novo momento pelo qual passa a Juventude. Ao invés de um setorial voltado apenas para a organização interna do partido, a prioridade é a disputa do projeto político do PT na sociedade. Esta nova orientação da juventude petista começou a ser construída no setorial de 2005, com a vitória de uma nova visão sobre como deve se organizar a juventude partidária, que tem como pilar um nível maior de autonomia e uma organização mais conectada com os problemas da juventude brasileira. Tal visão se torna hegemônica com I Congresso da JPT, a partir das resoluções aprovadas consensualmente, superando a visão de que a juventude deve ser tutelada e “orientada”.

A Caravana é mais um passo da materialização deste projeto político. Por meio dela, a direção nacional da JPT pode conhecer melhor a realidade e diversidade dos jovens do nosso país e pode também dar continuidade ao processo de constituição de identidade da juventude petista.

Durante a passagem da caravana pelas cidades, ficou em evidência que a juventude é protagonista e está inserida na disputa política. Em praticamente todas as cidades pelas quais passamos havia pelo menos um candidato jovem petista a vereador e, na maior parte dos casos, sua principal bandeira de campanha era a defesa de políticas específicas para a juventude. As candidaturas majoritárias do PT também tem se dedicado a disputar política e eleitoralmente este setor, através de materiais e propostas específicas. Isso demonstra que temos conseguido, em grande medida, sensibilizar as direções partidárias para esta nova visão de juventude.

Se por um lado, a Caravana foi uma experiência ímpar e que deve ser repetida com outras temáticas e também fora do período eleitoral, por outro, ainda muitos elementos da visão antiga precisam ser superados. Pode-se dizer que as atividades realizadas pela Caravana evidenciaram algumas limitações da nossa organização nos municípios e nos Estados. Nem toda a militância se atentou ao papel que a Caravana poderia cumprir, ou seja, o de dar visibilidade social à JPT e à pauta da juventude. Assim, em alguns municípios, as ações ficaram aquém de nossas possibilidades, restringindo-se a atividades internas.

Há também alguns elementos arraigados na nossa cultura político-partidária que ainda precisam ser superados. Dentre eles, o excessivo personalismo em torno da figura do secretário de juventude, que ainda é forte em nossa militância, e a sobreposição das tendências hegemônicas às instâncias partidárias. Ambos prejudicam a idéia de que a JPT deve ter direções plurais, coletivas e colegiadas, capazes de representarem a diversidade partidária, conforme a resolução de nosso congresso.

De 2005 para cá, temos construído passo-a-passo uma nova Juventude do PT, a partir do diagnóstico, daquilo que é positivo e daquilo que precisa ser superado.

Como desafio para o próximo período, passadas as eleições, devemos definir bandeiras prioritárias para a juventude, casando a pauta da juventude com a agenda geral de desenvolvimento social e econômico. Essas bandeiras, divulgadas por meio de amplas campanhas, devem auxiliar no nosso processo de organização em núcleos de base e fóruns livres, fortalecendo a identidade petista.

Brigadas da JPT no segundo turno

Contudo, temos um desafio imediato: garantir vitórias para o PT no máximo de municípios. Das 58 cidades com segundo turno e que o PT possui candidatura própria, já é possível projetar que, fora as vitórias ainda no primeiro turno, continuaremos no páreo em pelo menos 15 locais.

A importância da vitória nesses municípios é evidente, uma vez que concentram parcela significativa da população brasileira. Nessa perspectiva, a Juventude do PT pode cumprir um papel de vanguarda, mobilizando a sua militância para contribuir nas campanhas pela organização de “brigadas da juventude”.

Isso significa que a militância das cidades que não tem segundo turno ou que o PT não o disputará deve participar das campanhas onde temos candidatos, constituindo verdadeiras “brigadas” de apoio. Por sua vez, as Secretarias Municipais das cidades com segundo turno devem demandar e se organizar para receber este apoio militante. Cabe, portanto, às Secretarias Estaduais e Nacional estimular a formação dessas brigadas e garantir condições materiais para que elas se viabilizem.

Esse processo fortalecerá ainda mais a organização e identidade da juventude petista e poderá ser o diferencial para que conquistemos importantes vitórias no segundo turno. Avante Juventude do PT!

Eduardo Valdoski é coordenador nacional de Comunicação da Juventude do PT (eduardo@jpt.org.br); e Carla Bezerra é secretária distrital da JPT/DF

Fonte: http://www.jpt.org.br/noticias/exibir.php?Id=50

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