Caminho muito pela nossa cidade. Por onde passo, vejo olhos amedrontados.
Porto Alegre está confusa, abandonada, insegura.
É difícil reconhecer a nossa capital.
Lembro como ela já iluminou a imaginação do mundo com uma forma original e radical de participação popular. Quem passar por aqui verá nossas escolas públicas serem tratadas como inimigas a serem destruídas, verá uma cidade que inaugurou a coleta seletiva no Brasil assistir o serviço ser suspenso décadas depois, verá uma Carris que já foi eleita a melhor empresa de transporte do país ser tratada como um estorvo a ser privatizado, assim com o Dmae, que assegura a água para a população. Verá o Paço Municipal, antes símbolo da democracia participativa, tornar-se símbolo de autoritarismo e truculência.
Sinto saudades da nossa Porto Alegre e da alegria e orgulho dos portoalegrenses.
Essa cidade irreconhecível é fruto de um truque eleitoral da velha direita. Travestida de “novidade” trouxe pra cá o que há de mais velho na administração pública e, em tempo recorde, inaugurou um período de destruição. E não é só aqui. Em São Paulo, a mesma direita, do mesmo PSDB, vendeu a imagem da “novidade” e colheu um farsante.
Marchezan é o responsável pelos conflitos da nossa cidade. Quando um governo se fecha para o diálogo, se afasta do essencial, o bem estar da população.
Nesta terça, dia 10, uma vigorosa manifestação de municipários ocupou Porto Alegre, acompanhada da solidariedade da população. Vi ali a fagulha combativa que um dia inspirou nossa cidade e admirou o mundo. Não tenho dúvidas que Porto Alegre voltará a iluminar.
Miguel Rossetto, foi vice-governador do Rio Grande do Sul e Ministro dos governo Lula e Dilma.
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