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Resistência, solidariedade, unidade: 8 de março de luta contra o neoliberalismo e o conservadorismo | Alessandra Ceregatti

“Derrotar o ódio, pregar o amor”. Esse mote que levou milhões de mulheres às ruas contra Bolsonaro ainda durante a campanha presidencial no movimento #EleNão continua presente agora na resistência contra o atual presidente e as políticas neoliberais entreguistas e conservadoras que ele representa.

O 8 de março – dia internacional de luta das mulheres – abre o calendário oficial de lutas de 2019. Contra o feminicídio, a LGBTfobia, o racismo, a guerra e a militarização, o desmonte dos direitos sociais, econômicos e políticos e contra todas as formas de violência e exploração das pessoas e da natureza, nós, mulheres – feministas, sim, porque reivindicamos autonomia – afirmamos nosso programa para a humanidade, baseado em princípios fundamentais: solidariedade, igualdade, liberdade, justiça, paz.

Em diferentes lugares, nas ruas, nos roçados e nas redes, estamos unidas para denunciar todas as formas de controle sobre nossos corpos, nossa força de trabalho e nossa sexualidade. Em todo o Brasil, essa luta tem como eixo condutor o combate à atual proposta de Reforma da Previdência, que anuncia a completa destruição de nossas condições de vida, bem como retrocessos enormes em relação aos direitos conquistados depois de décadas de luta e sacrifício do povo e das mulheres.

A memória de um ano da execução da vereadora Marielle Franco, ocorrida no dia 14 de março de 2018, em um crime até agora sem respostas, também marca as manifestações em todo país.

Em São Paulo (SP), o lema é “Mulheres contra Bolsonaro! Vivas por Marielle, em Defesa da Previdência, por Democracia e Direitos”, pautas também presentes nos atos nas diversas capitais do país e em inúmeras cidades do interior. É o que nos mostra, por exemplo, o Rio Grande do Norte, com Natal, Mossoró, Santa Cruz e Parelhas. Como em quase todos os estados, também o Rio Grande do Sul, com o 8 de março mobilizando mulheres em diversas cidades. Nas pautas se somam a defesa do aborto legal e seguro e de uma educação não sexista e libertadora.

Seja em Fortaleza (CE), ou no Rio de Janeiro, em Palmas, no Tocantins, em Aracaju (SE), ou no Recife, os slogans “Somos todas Marielles”, “Justiça por Marielle” reaviva a lembrança da ativista Marielle Franco, e denuncia a violência e a impunidade,

Sintetizados em Salvador na chamada “Vivas, livres e resistentes”, são gritos que se expressam na luta pela vida, pela liberdade, a resistência, a justiça e os direitos, registrados também nos atos no Distrito Federal, em Santa Catarina, em Juiz de Fora (MG), em Curitiba, sem esquecer o Amazonas, o Pará e demais estados da região norte e centro-oeste. Afinal, neste ano, o dia internacional de luta das mulheres, mais que nunca, precisa insistir na importância do Estado laico, da soberania, da solidariedade. Assim, a defesa da soberania do povo da Venezuela também está na agenda dos atos em diferentes cidades.

Em Belo Horizonte, Minas Gerais, a denúncia do modelo capitalista, que gera mortes, depredação da natureza e diversos crimes ambientais, é sintetizada no slogan “O lucro não Vale a vida”, apontando a ação da mineradora Vale, com o recente crime da represa de Brumadinho, e chamando a atenção para o modelo de desenvolvimento predatório da mineração que resultou em diversos crimes ambientais na região nos últimos anos.

Em estados como Paraíba e Pernambuco, “democracia, Reforma da Previdência e perda de direitos” estão entre os principais pontos levantados pelas mulheres e se somam ainda ao chamado por “Lula Livre”, presente nas manifestações de norte a sul do país.

Nossa luta diária contra o machismo, o racismo e a lesbofobia, por igualdade e condições de vida digna, no enfrentamento ao capitalismo racista e patriarcal, ganha as ruas para dizer: não queremos essa política de retrocessos, de precarização, de guerra, criminalização e injustiça social!

Com palavras de ordem, batucadas e muita resistência, seguimos em marcha por democracia, direitos e soberania popular, afirmando nossas alternativas, como a agroecologia e a economia solidária e feminista, e o direito a viver uma vida livre da violência!

#8DeMarço
#ResistenciaFeminista
#MulheresQueremAposentar
#VivasPorMarielle

Alessandra Ceregatti é militante da Marcha Mundial das Mulheres. E atua no PT de Ubatuba (SP).

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