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Robson Leite: “Criminalizar os movimentos contra o aumento das passagens é um grave equívoco”

788779Nota de posicionamento do deputado estadual Robson Leite (PT-RJ)

Os últimos movimentos de protestos contra o aumento das passagens de transportes públicos realizados nas principais capitais do país são legítimos em sua essência e demonstram a urgente e clara necessidade de um debate mais amplo e, sobretudo, democrático sobre o projeto de cidades que queremos.

Criminalizar esse movimento ou reagir como as polícias de São Paulo e do Rio de Janeiro fizeram – com violência, violações de direitos humanos e truculência – apenas remonta ao triste período da nossa história recente que foi a ditadura e em nada auxilia na solução dos problemas que estão envoltos nessa manifestação. Repudio de forma veemente as violências e truculências praticadas pelas polícias dos governos estaduais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O projeto de cidade que o nosso mandato defende baseia-se na inclusão – e não na exclusão – e tem como elemento fundamental o processo democrático com plena participação popular, sobretudo da juventude. Essa juventude, que se organiza, reivindica e luta, quer ser ouvida e precisa de instrumentos de participação e diálogo. É obrigação dos governos, ao nosso entender, construir esses mecanismos.

Criminalizar a juventude e a legítima reivindicação por uma cidade acessível e por um meio de transporte que privilegie o trabalhador e o cidadão em detrimento ao lucro das empresas de ônibus é um grave equivoco.

É preciso reformular o sistema de transporte. Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, a figura do motorista-cobrador causa acidentes, diminui a quantidade de postos de trabalho e só interessa aos empresários donos de empresas de ônibus. O nosso mandato já se posicionou favorável à aprovação do Projeto de Lei que tramita na ALERJ desde 2010, que visa proibir essa lamentável situação.

Repudiamos uma construção de transporte de massa, como vem acontecendo na cidade do Rio de Janeiro, que não rompa com a lógica das empresas de ônibus.

Reitero o meu repúdio aos agentes públicos, especificamente a força policial, que reprimi com violência as manifestações trazendo à nossa memória as práticas de violações de direitos humanos de um passado recente que alguns governos insistem em utilizá-las.

Exigimos que os governos, municipais e estaduais, abram e insistam no diálogo com esses movimentos. Se é equivocada a forma como alguns militantes – isolada minoria – optaram pela violência com única forma de luta, impedindo o diálogo e solução dos problemas, muito mais grave é a postura de governos e agentes públicos da polícia que violam direitos humanos e utilizam da truculência e da violência.

Insisto que é um grave erro dos governos onde acontecem as manifestações não buscarem o diálogo e não abrirem canais públicos de participação e construção de alternativas, mesmo em situações de crises.

Robson Leite

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