Comemorada no dia 5 de setembro, a Amazônia é um dos maiores abrigos de biodiversidade do mundo, exercendo uma importante função na manutenção de serviços ecológicos, além de influenciar o ciclo global do carbono e, portanto, nas mudanças climáticas. Entretanto, o Bioma é recorrentemente ameaçado pelo atual modelo capitalista, que é insustentável e visando lucros impulsiona a devastação da Amazônia, por meio de atividades de mineração (legais e ilegais), expansão de fronteiras agrícolas, extração petroleira e madeireira, e principalmente por desmatamento.
O desmatamento é a forma mais grotesca e óbvia de destruição da Amazônia, pois gera a perda da biodiversidade e alteração dos ciclos hidrológicos, no qual as espécies perdem seu habitat ou não conseguem sobreviver nos fragmentos florestais restantes. Também ocorrem diversos impactos sociais, pois os habitantes locais têm menos acesso aos recursos naturais que são a base de sua sobrevivência e cultura, gerando uma série de conflitos sociais, genocídios dessas populações e migrações internas da Amazônia.
Ademais, atualmente outro fator que tem ameaçado esse ecossistema é o projeto de lei (PL) 490, conhecido como PL do Marco Temporal, uma tese anti-indígena, inconstitucional, que restringe o direito dos povos à demarcação das Terras Tradicionais. Se o PL 490 for aprovado todas as Terras Indígenas da Amazônia Legal cujo decreto de homologação foi assinado após 1988 estarão suscetíveis ao aumento de invasão ilegal por grileiros, consequentemente da devastação do bioma.
Ressalta-se que a devastação da Amazônia está se tornando irreversível, pois, está afetando a capacidade de recuperação da floresta, logo o bioma passará a ser uma fonte de emissão de carbono, agravando ainda mais o aquecimento global. Dessa forma, somos a última geração que pode salvar a Amazônia, portanto, se faz necessário medidas urgentes para a conversação da Amazônia, sendo fundamental fortalecer as políticas socioambientais, além de incentivar modelos produtivos capazes de incentivar uma quantidade de recomposição florestal. Sendo a ação mais importante o reconhecimento e apoio ao protagonismo dos povos indígenas e comunidades locais e tradicionais.
Emely Bianca dos Santos Barbosa é Graduanda em Economia Ecológica na UFC e Diretora de Meio Ambiente da UNE.
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