No Brasil vivemos um novo cenário sindical. Algumas centrais sindicais se reposicionaram nesta nova conjuntura. Vimos parte importante da Força Sindical romper e construir uma nova central; os companheiros da CSC saíram da CUT, aliaram-se a setores mais conservadores e construíram a sua central sindical; e o esquerdismo busca construir também a sua central.
MILTON REZENDE
Algumas dessas iniciativas buscam claramente se legitimar e pegar parte do imposto sindical que vai ser dividido para as centrais. Outros necessitam disputar as bases sindicais da CUT para lograrem crescer, uma vez que esta representa quase metade do total de sindicatos filiados a alguma central no país. Nessa disputa, vale tudo para ganhar sindicatos cutistas, desde processos não representativos e vazios de debate político até pequenos golpes em congressos, reuniões de diretoria e assembléias. Mas, quando os processos são democráticos, a base social da CUT reafirma seu desejo em fortalecer nossa Central.
Nos bancários a realidade não é diferente. Nos últimos meses vimos o esquerdismo (PSTU, PSOL) e a direita (CONTEC – confederação oficial) disputarem processos eleitorais importantes e não são movimentos isolados.
Em Belo Horizonte, tivemos três chapas disputando o sindicato. Uma da CUT, uma da direita (inscrita só para garantir como chapa número 1) e outra da CONTEC aliada com o PSTU. Resultado final 62% para a chapa da CUT.
Em São Paulo, duas chapas disputaram as eleições. Uma da CUT e outra do PSTU. Resultado final 72% para a chapa da CUT.
Em Porto Alegre duas chapas disputaram a eleição. Uma da CUT e outra do PSTU. Resultado 73% para a chapa da CUT.
No maranhão, o sindicato dos bancários é dirigido majoritariamente pelo PSOL. Foi feito um plebiscito na base para definir se o sindicato permaneceria ou não filiado a CUT. Resultado final. A base definiu que o sindicato deve permanecer filiado a CUT.
Esses exemplos servem para demonstrar quais são a política e o objetivo desses setores. Mas, servem também para mostrar que a categoria bancaria acredita na CUT e na sua direção e que o nosso papel é não permitir a divisão e fortalecer e organizar os nossos sindicatos e a nossa central.
A CUT tem um papel muito importante para a luta dos trabalhadores, é um patrimônio da classe trabalhadora, foi construída com muito suor e sacrifício de todos e todas.
Na atual conjuntura política, na qual a direita se reorganiza para atacar e destruir direitos da classe trabalhadora, nós militantes socialistas e revolucionários não podemos permitir que o sectarismo da direita e/ou a política divisionista da ultra-esquerda destrua a nossa principal ferramenta de luta, que são os nossos sindicatos e a nossa central sindical.
Viva a CUT. Viva a classe trabalhadora.
Milton Rezende é Vice-Presidente da CONTRAF/CUT
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