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Você tem fome de quê? Você tem sede de quê? | Plúvia Oliveira

Plúvia Oliveira

Neste 07 de setembro temos por todo o Brasil o 29º Grito das e dos excluídos que traz como tema “Você tem fome e sede de quê?” para ecoar as vozes daqueles e daquelas que têm fome e sede de justiça social e equidade. O grito pauta centralmente a dificuldade ao acesso à água e a ausência de segurança alimentar que o povo brasileiro viveu no último período e ainda vivencia seus impactos.

O Grito dos Excluídos tem sua nascente na Semana Social Brasileira de 1993-1994 organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB. Em sua primeira edição, em 1995, a manifestação teve como inspiração o tema da Campanha da Fraternidade que foi “Fraternidade e Excluídos”. Com o tema geral “A vida em primeiro lugar” seguido de subtemas que tocam a realidade das e dos excluídos, o movimento conta com a participação de parte da Igreja católica e com a organização de movimentos sociais e diversas entidades.

O subtema deste ano “Você tem fome e sede de quê?”, traz para ao centro do debate o que ocorreu a partir do desgoverno Bolsonaro: A volta do Brasil para o mapa da fome, como demonstra os dados do Relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (Relatório-FAO) de 2022, apontando que, entre os anos de 2019 a 2021, a fome atingiu 4,1% do povo brasileiro, resultando em 8,6 milhões de pessoas com desnutrição e 15,4 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar, fazendo com que o Brasil ficasse na 94º no ranking dos países no mapa da fome.

Esses dados se deram em decorrência da agenda política da direita e extrema-direita de destruição de direitos da classe trabalhadora desde o golpe à Presidenta Dilma Rousseff. Dilma, em seu discurso após destituição da Presidência da República, afirmou que “o golpe é contra o povo”, e ela estava totalmente correta diante de toda a agenda anti-povo apresentada por Michel Temer e, em seguida, por Bolsonaro, que em seu primeiro ano de governo desativou o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e encerrou os programas Segurança Alimentar e Nutricional, e o Programa de Aquisição de Alimentos, todos necessários para promoção de segurança alimentar aos mais vulneráveis.

Elineudo Meira / @fotografia.75

Mas também há esperança de dias melhores pro povo brasileiro a partir de um projeto de soberania popular e alimentar que garanta à classe trabalhadora o direito de se alimentar e que esse alimento seja de qualidade, pois não queremos nas nossas mesas e pratos alimentos das transnacionais que utilizam o agrotóxico e transgênicos, além de explorar a terra e seus trabalhadores e trabalhadoras. Queremos a garantia de comida de verdade que seja limpa de veneno e sem o sangue dos e das trabalhadoras do campo, das águas, da floresta.

Com a mobilização social e a compreensão do que tem sido o Governo Lula, medidas importantes foram tomadas nesses 8 primeiros meses de Lula III como, por exemplo, o retorno do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; ampliação dos valores do Novo Bolsa Família; a proposta de alíquota zero de impostos nos itens que fazem parte da Cesta Básica. Outra importante medida foi o Plano Safra voltado aos pequenos produtores na safra de 2023/2024 que disponibilizará R$ 71,6 bilhões de crédito rural para a Agricultura Familiar, modelo esse de produção que abastece e alimenta nosso país e que, segundo dados do IBGE de 2022, 70% dos alimentos consumidos internamente no Brasil provêm desse tipo de produção.

O olhar do governo Lula para o povo trabalhador também acarretou na diminuição dos valores dos preços dos alimentos como carne, cebola, óleo de soja, farinha de mandioca, frango, entre outros gêneros que tiveram redução de até 42% do preço em relação ao ano anterior. Mas além desses avanços, queremos mais para nosso povo!

Estamos vivendo um novo momento no Brasil, momento de reconstrução do país e de restabelecimento da democracia, no qual a classe trabalhadora demonstrou nas eleições de 2022 o projeto que defende para nosso país elegendo o Presidente Lula.

Neste 07 de Setembro seguiremos nas ruas cobrando os direitos da classe trabalhadora, assim como construindo e reconstruindo o Brasil pelas mãos das mulheres, do povo negro, dos povos indígenas e povos tradicionais, dos e das LGBTI. Vamos seguir marchando e ecoando nossas vozes até que não tenhamos mais fome e sede de um Brasil e um mundo mais justo.

Plúvia Oliveira é Gestora ambiental pela UERN e militante da Marcha Mundial das Mulheres.

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