“Essa foi uma mobilização vitoriosa. Em São Paulo reunimos mais de 70 mil pessoas. As informações de todo o país são mobilizações expressivas”, afirmou o coordenador geral do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, sobre o ato em São Paulo. Em sua parte final, cerca de 70 mil manifestantes ocuparam a Praça da República, região central da capital.
O ato, que começou por volta das 15h, foi declarado encerrado pouco depois das 19h30 e transcorreu de forma pacífica em todo o curso. Os manifestantes se concentraram na avenida Paulista, no vão livre do Masp, de onde caminharam até a República, após ouvirem várias lideranças de movimentos sociais e sindical.
Boulos avaliou o dia de mobilizações como sinal claro de que a população está percebendo a importância da adesão aos movimentos contra a reforma da Previdência, a trabalhista e ao projeto de terceirização irrestrita aprovado semana passada pela Câmara. “É o caldo de rua da virada. Isso ficou muito claro no dia 15 e mais ainda no dia de hoje”.
O ativista concluiu que “o apogeu dessa mobilização vai ser a greve geral no dia 28”. Entidades organizadas da sociedade civil, bem como trabalhadores e trabalhadoras não organizados estão mobilizados contra as reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB). Para que o governo retire de vez as propostas da pauta, centrais sindicais e movimentos sociais planejam uma greve geral em todo o país, no dia 28 de abril – programado por centrais e movimentos sociais como um dia nacional de lutas pelos direitos.
“Vamos fazer nossa ‘lição de casa’, construir um trabalho de base para um grande dia 28 de abril, mas é claro, vamos nos mobilizar a todo momento. A forma sorrateira que eles agem ficou claro na aprovação da terceirização. Então, se esfriar o caldo da rua, eles aproveitam para votar algo na calada da noite. É importante se manter mobilizado”, completou Boulos.
Algumas categorias vêm fazendo assembleias para deliberar a adesão a uma greve geral nesse dia. A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, afirmou que hoje nas manifestações desta sexta-feira a categoria centros administrativos, “no enfrentamento aos ataques do governo Temer”. Os bancários promoveram votações em 24 locais de grande concentração e o resultado foi o apoio de 81% à paralisação no dia 28.
Na avaliação de Raimundo Bonfim, coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular, a articulação e mobilização dos movimentos podem provocar o recuo nos ataques aos direitos trabalhistas e à aposentadoria. “Com o povo nas ruas vamos efetivar a greve geral, parar a produção, a circulação no país e, impor uma derrota aos retrocessos em curso.”
O presidente da CUT, Vagner Freitas, engrossou o discurso contra o presidente e mandou um recado aos deputados. “Temer é um cachorro morto. Vamos derrubá-lo neste ano ainda. O deputado que votar a favor das reformas, vamos botar suas caras nos postes, vamos transformar sua vida em um inferno. Quem votar contra os trabalhadores nunca mais vai ser eleito.”
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